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A Varig deve anunciar nesta sexta-feira a demissão de cerca de dez mil funcionários, no Brasil e no exterior, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal "Valor Econômico". Embora a companhia aérea não se pronuncie oficialmente, o jornal apurou que só deverão ser reaproveitados na nova companhia em torno de 1.700 pessoas. Outros 50 empregados devem permanecer na Varig " velha ", que vai operar apenas uma rota, e herdará um passivo de cerca de R$ 7 bilhões.

Nessa quinta-feira, 51 trabalhadores da empresa Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (Sata), que prestavam serviços para a Varig, foram mandados embora, de acordo com o "Diário de S. Paulo". O Sindicato Nacional dos Aeroviários pediu ao Ministério Público do Rio de Janeiro o bloqueio dos US$ 75 milhões depositados na conta da Varig, após a companhia propor liberação do FGTS e do seguro-desemprego e acertar o restante depois.

Segundo uma fonte envolvida no processo, a expectativa é de que a nova controladora da Varig recontrate outros cinco mil funcionários até o fim do ano, com o arrendamento de 30 novas aeronaves. Hoje, a companhia opera com nove aviões.

Centenas de funcionários de atendimento terrestre da Varig — 200 a 300 somente em Guarulhos (SP) — podem parar de trabalhar na tarde desta sexta-feira. Os trabalhadores, que estão há quatro meses sem receber salários, já fizeram paralisações quarta-feira em Guarulhos, Congonhas, Porto Alegre e Curitiba. Eles prometeram uma trégua de 48 horas para que a Nova Varig dê uma posição sobre o pagamento e sobre o número de demissões.

— Houve paralisações quase espontâneas. Na tarde desta sexta-feira os funcionários se reúnem novamente. Caso haja decisão pela paralisação, ela virá de forma mais forte e organizada — disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

A VarigLog, que comprou as operações da Varig num leilão no dia 20, pede que os funcionários continuem trabalhando, mesmo sem garantias de que receberão por isso. A Fentac estima que 1.800 funcionários possam ser mantidos. Mas o número depende da quantidade de aeronaves que continuarão em funcionamento.

Até poucos meses atrás, a Varig tinha cerca de dez mil funcionários, mas o número vem caindo com a saída espontânea de trabalhadores. Para quitar os meses de salários atrasados, a empresa precisaria de R$ 106,2 milhões. O custo para a demissão de todos os funcionários seria de R$ 253 milhões, incluindo décimo terceiro salário proporcional, férias vencidas e proporcionais e multas, já que as dispensas seriam sem justa causa. A empresa enviou aos sindicatos do setor uma proposta do modelo de demissões, mas não informou como e quando os pagamentos seriam feitos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que, no segundo dia de vigência da malha emergencial, o cumprimento dos vôos permaneceu "estável". Os passageiros com vôos cancelados vêm sendo colocados em vôos extras da Varig ou em aviões das concorrentes. Segundo a Anac, hoje houve redução no número de reclamações nos aeroportos.

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