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Rio de Janeiro – A Varig deve anunciar hoje a lista com a demissão de todos os cerca de 10 mil funcionários. De imediato, em torno de 1,7 mil pessoas serão recontratadas pela nova empresa, que agora é controlada pela VarigLog. Apenas 50 empregados serão reaproveitados na chamada Varig antiga, que permanece em recuperação judicial, com pesado endividamento. O custo estimado das rescisões trabalhistas é de R$ 170 milhões.

Impacientes com a indefinição sobre o seu futuro, funcionários da Varig nos aeroportos de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba fixaram prazo até às 17 horas de hoje para que a companhia esclareça sua situação e pague os salários, que caminham para o quarto mês de atraso. Caso contrário, uma assembléia poderá indicar greve por tempo indeterminado. "O que está acontecendo é que está demorando muito para definir a contratação dos funcionários da nova Varig", afirma o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Na quarta-feira, o sindicalista relata que funcionários da Varig em Congonhas, Porto Alegre e Curitiba realizaram reuniões e paralisações "espontâneas". No Aeroporto Internacional de Guarulhos houve um movimento mais "organizado".

O plano de pagamento da dívida dos trabalhadores, baseado na utilização de títulos de dívida (debêntures), ainda causa preocupação. Isso porque não só funcionários, mas também outros credores, desconfiam se a Varig antiga terá fluxo de caixa suficiente para abater o passivo de R$ 7,9 bilhões que herdará. Só de dívidas contraídas antes da recuperação judicial, são R$ 210 milhões para os empregados.

Uma nova etapa da Varig antiga deverá acontecer no próximo dia 16, com uma assembléia de credores para definir a escolha do novo presidente da companhia, que deverá ser conhecida apenas como Nordeste, já que não poderá usar a bandeira Varig, de uso exclusivo da VarigLog.

Nessa assembléia, também será deliberada a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que na prática servirá para abrigar o dinheiro esperado de ações judiciais, como as que cobram indenização pelo congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, cerca de R$ 4,5 bilhões, para amortizar dívidas.

No segundo dia da nova malha de vôos da Varig, ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que "a situação começa a se normalizar no País".

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