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Um dia após o leilão de compra da Varig terminar com apenas um interessado e com rumos ainda incertos, a Boeing ganhou na Justiça americana o direito de retomar sete aviões da companhia brasileira por falta de pagamento. A juíza Karla Moskowitz, da Suprema Corte do Estado de Nova Iorque, determinou que a Varig pare de operar os aviões da Boeing na próxima terça-feira e os devolva no dia 1.º de julho. A Varig tem atualmente 60 aviões, dos quais 46 estão em operação.

A Varig informou que não vai recorrer da decisão porque está "tranqüila e confiante" e espera pelo depósito de US$ 75 milhões do vencedor do leilão, que só deve ser definido na próxima segunda-feira.

O juiz da 8.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub – responsável pela reestruturação da empresa, com base na nova Lei de Falências –, adiou para segunda-feira a decisão sobre o leilão após receber uma proposta de investimento de US$ 800 milhões, feita pelo Fundo de Investimento Multilong Corporation. O objetivo do requerente é adquirir a operação inteira da Varig, com rotas nacionais e internacionais.

De acordo com a proposta, o fundo, cujo representante se chama Michael Breslow, seria 100% brasileiro. Uma das formas de pagamento seria a emissão de debêntures. Eles também solicitam, na proposta, o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) no valor total da proposta. O banco havia informado anteriormente que só financiaria dois terços do valor total da aquisição da Varig.

A assessoria do Tribunal de Justiça informou que uma das possibilidades seria essa proposta fazer uma parceria, ou uma associação, com o plano já apresentado pela Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). O TGV foi o único a formalizar uma proposta no leilão de quinta-feira, no valor de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), que é quase metade dos US$ 860 milhões avaliados pelos organizadores para a venda da Varig, como preço mínimo para a operação. Na primeira etapa do leilão, quando o valor mínimo deveria ser obedecido, nenhuma proposta foi apresentada. Na segunda etapa, sem preço mínimo, o TGV fez sua proposta. E ontem foi a vez do fundo de investimento.

Segundo o juiz Ayoub, entretanto, ainda faltam esclarecimentos a respeito de valores, conteúdo e respaldo financeiro das propostas. Caso os esclarecimentos não sejam prestados ou não atendam aos requisitos, ele disse que poderá aceitar novas propostas dos outros quatro grupos credenciados no leilão de ontem –Gol, TAM, OceanAir e Céu Azul. A decretação da falência não estaria em discussão nesse momento, segundo ele.

Outras apreensões

Outras empresas de leasing tentam na Justiça retomar aeronaves da companhia alegando falta de pagamento. No próximo dia 13, o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova Iorque, tem audiência marcada para decidir se mantém ou não a liminar que protege de apreensão os aviões da companhia de arresto.

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