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Virada - Importação derruba saldo da balança do PR em 13,3%

O aumento das importações, favorecido pelo real apreciado em relação ao dólar, já se reflete no saldo da balança comercial paranaense, que caiu 13,3% de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. Nem a exportação recorde de US$ 10,2 bilhões nos primeiros dez meses, com crescimento de 24%, impediram a perda. Nos últimos três anos a queda do saldo chega a 36,67%. As conclusões são do Departamento Econômico da Federação das Indústrias, a partir de dados do Ministério da Indústria e Comércio.

As importações cresceram quase 50% de janeiro a outubro de 2007, na comparação com o mesmo período de 2006. Os itens mais importados pelo Paraná foram produtos químicos (adubos e fertilizantes), petróleo e material de transporte, especialmente carros. Os produtos mais exportados foram complexo soja, material de transporte (carros, caminhões e motores) e carnes (bovinas, suínas e de aves).

Já a receita recorde com exportações, que atingiram US$ 10,2 bilhões até outubro e já superam todo ano de 2006, se deve a um conjunto de fatores que inclui um mercado internacional favorável, mais países compradores e novos produtos na pauta de exportação do Paraná.

Nos últimos oito meses, o volume exportado tem batido a marca de US$ 1 bilhão/mês, volume até então inédito para o estado. De acordo com o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, a indústria paranaense fez frente ao câmbio desfavorável diversificando a pauta de exportação com a venda de álcool, móveis, têxteis, elétricos e eletrônicos, bebidas e papel e celulose, além de buscar novos países compradores, como Jamaica, República Dominicana, Índia, Emirados Árabes, Angola e Canadá.

A receita cambial dos portos paranaenses nos dez primeiros meses de 2007 superou o valor obtido em todo ano de 2006. De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), as exportações entre janeiro e outubro geraram US$ 9,9 bilhões. O volume movimentado, no entanto, ainda é menor do que o ano passado: 32,5 milhões de toneladas contra 34,7 milhões. As exportações recordes de veículos e a valorização dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional estão por trás do crescimento expressivo do faturamento.

Considerando apenas o Porto de Paranaguá, a receita cambial passou de R$ 3,9 bilhões em 2000 para R$ 9,6 bilhões no acumulado de 2007. O crescimento, de 146%, está dentro da média registrada por outros portos importantes do Sul e do Sudeste, como o de Rio Grande e o de Santos. Itajaí, em Santa Catarina, se destacou, com uma alta de 232% na receita cambial. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Apenas o Porto de Paranaguá e o de Rio Grande já conseguiram superar a receita cambial de 2006. Em comum, os dois terminais vêm registrando recordes na movimentação de veículos. De janeiro a outubro, o porto paranaense movimentou 150 mil carros, 55% a mais do que no mesmo período de 2006. No terminal gaúcho, as operações com veículos dobraram nos nove primeiros meses deste ano, totalizando a marca de 42,5 mil unidades.

"Estamos sanados e crescendo tanto que, em outubro, superamos todo o ano de 2006. Provavelmente vamos ultrapassar a marca dos US$ 10 bilhões, que já era a nossa expectativa", afirmou o superintendente da Appa, Eduardo Requião, por meio da assessoria de imprensa.

Especialistas ponderam que o crescimento é fruto da demanda internacional acelerada. "Mesmo com o real valorizado, a demanda das economias mundiais está muito aquecida. Com isso temos aumento nas exportações, o que deve ter acontecido em todos os portos do Brasil. O crescimento de Paranaguá não tem relação com alguma vantagem comparativa, mas sim com o mercado externo", afirma o chefe do departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado. Segundo ele, a tendência é de que as exportações brasileiras continuem aquecidas. "Mas isso depende do alcance da crise de crédito norte-americana."

O coordenador do curso de Economia da Unifae, Gilmar Lourenço, diz que a alta dos produtos primários no mercado internacional tem um peso importante na alta da receita cambial. "Os preços dispararam e isso eleva o desempenho dos portos brasileiros que exportam commodities agrícolas." O Porto de Itajaí, por exemplo, que se destaca pelas movimentação de cargas industriais, ainda não bateu a receita cambial do ano passado, que foi de R$ 5,5 bilhões. "A tendência é que cargas desse tipo tenham preços estagnados", explica.

No Porto de Antonina, o destaque ficou por conta das exportações de ferro, que cresceram 48% em relação aos dez primeiros meses de 2006.

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