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A queda de 4,6% na produção de veículos em julho, uma das mais expressivas entre todas as atividades industriais pesquisadas pelo IBGE, foi resultado da valorização cambial, das incertezas geradas pelo agravamento da crise política e da manutenção da taxa básica de juros. A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias Metal-Mecânicas do Paraná (Sindimetal-PR), Roberto Karam.

"Em julho, o dólar tinha caído muito, para próximo de R$ 2,30. Isso gerou problemas nos contratos de exportação, alguns tiveram que ser renegociados", explica. A crise política, por sua vez, teria levado as indústrias a segurar os investimentos enquanto o cenário não ficasse mais claro. "Todo mundo parou para ver o que ia acontecer em Brasília. Foi uma espécie de bolha negativa, e os efeitos puderam ser vistos nas compras da indústria, na produção e no próprio comércio."

No entanto, indicadores como as vendas para o mercado interno em agosto – que registraram o melhor resultado mensal de 2005 – mostram uma recuperação da indústria automotiva. Karam não descarta que o aumento tenha sido uma reposição da queda do mês anterior, mas cita alguns pontos favoráveis à indústria, como o alto valor agregado dos automóveis - que nas exportações sofrem menos o impacto de um câmbio desfavorável do que commodities, como o aço. Além disso, fábricas do Paraná como a Volkswagen e a Bosch têm exportado bastante para suas matrizes no exterior. (FJ)

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