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Estandes da Autopar: fornecedores da indústria de automóveis estão otimistas | Divulgação
Estandes da Autopar: fornecedores da indústria de automóveis estão otimistas| Foto: Divulgação

Evento

Feira paranaense é a segunda maior do país no segmento

Contando com mais de 500 expositores e público estimado de 55 mil pessoas ao longo de quatro dias, a Autopar se consolida como a segunda maior feira do setor no país, e mostra a força do estado nesse segmento. Para Cássio Dresch, diretor comercial da Diretriz, organizadora do evento, o volume de negócios deve ser amplamente superior ao da última edição. "Esperamos movimentar aproximadamente R$ 500 milhões, 70% mais do que na última edição", destaca.

O potencial para negócios é confirmado por quem atua no setor. Segundo Aguinaldo Telma, gerente nacional de vendas da Truck Center, companhia paranaense que atua no setor de elevadores automotivos, o estado representa um bom volume de vendas. "Podemos dizer que ‘santo de casa faz milagre’, e o desempenho costuma ser bom. A região sul como um todo representa 40% do nosso faturamento", completa.

Números

R$ 500 milhões é a expectativa de geração de negócios na feita Autopar, que reúne fornecedores da indústria automobilística. A quantia é 70% superior à registrada no ano passado.

O mercado de autopeças tem projeções otimistas para os próximos anos. Com a perspectiva de envelhecimento da frota e a possibilidade de restrição às peças chinesas – principais concorrentes em termos de preço – o setor deve ficar aquecido nos próximos anos. No entanto, o panorama apresentado por alguns expositores da 6ª Feira Sul-Brasileira de Fornecedores da Indústria Automotiva (Autopar) ainda é variado, pois o setor de automóveis leves vive dois contextos: a redução no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) favoreceu quem vende para as montadoras, mas prejudicou as linha destinadas à manutenção de usados.

Quem atua nesse segmento costuma usar a expressão "andando de lado" para definir o ambiente que o mercado enfrentou nos primeiros meses do ano. O significado é que as vendas não foram boas, se distanciando da projeção esperada. Flávio Fornasier, gerente de marketing da Emaster, fabricante paranaense de elevadores automotivos, comenta que os primeiros meses do ano não foram tão satisfatórios, mas que o quadro deve melhorar. "Nossas vendas estão muito atreladas ao comércio de veículos novos, e com as medidas de incentivo ao consumo, o segundo semestre deve ficar mais aquecido", destaca. Ele acredita que o mercado brasileiro ainda tem potencial para expansão.

As dificuldades no início do ano também foram sentidas pela Bosch, mas como a empresa atende tanto as montadoras como o mercado de reposição de peças, foi possível manter os resultados. "Nos primeiros meses do ano fizemos uma adequação na produção, dando um direcionamento a área de reposição", comenta Clecio Sanches, gerente nacional de vendas da companhia. Com a redução no IPI e o fomento ao consumo, o quadro mudou. "Como as montadoras tem um estoque baixo, sentimos os efeitos já em maio, com um incremento de 10% nas vendas em relação aos meses anteriores", salienta.

O fomento à venda de automóveis zero gera um efeito negativo para empresas que atuam fazendo reposição. A HSW, empresa maringaense que atua na venda de autopeças, tem observado um crescimento lento do mercado, segundo o gerente comercial do grupo, Hamilton de Colla. "Enquanto a frota está nova o consumo cai, mas em dois ou três anos deve haver uma recuperação", afirma.

Desafio chinês

Na opinião dos fabricantes, uma das principais dificuldades para a venda de peças no Brasil é a concorrência com os produtos importados da China, que chegam ao país com um preço menor. De acordo com Ivo Bittencourt Júnior, diretor comercial da Unifap, que vende peças na linha elétrica, o custo tende a setor fator decisivo na hora da compra. "Se tratando de automóveis, as pessoas olham muito mais os preços do que a qualidade, que nos produtos chineses tende a ser inferior", diz.

Para Bittencourt, com o estabelecimento de padrões mínimos de qualidade para os produtos importados, por parte do Inmetro e da Receita Federal, a situação deve melhorar (leia mais ao lado). "Com essas medidas ou uma alta no câmbio a entrada dessas peças será inviabilizada, melhorando o mercado interno", completa.

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