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O setor de máquinas e equipamentos nacional registrou faturamento bruto de R$ 5,379 bilhões em agosto, com queda de 5,5% em comparação a julho. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, a retração atinge 28,7%, informou nessa quarta-feira (24) o presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza. No ano, o faturamento total, que engloba vendas para os mercados doméstico e externo, soma R$ 45,982 bilhões, inferior em 16,6% ao dos oito primeiros meses de 2013.

As vendas para o mercado interno, que representam 50% da produção, ficaram 32,1% inferiores na comparação com 2013, em razão do ritmo baixo de atividade. Carlos Pastoriza disse à Agência Brasil que já são três anos seguidos de queda de faturamento no mercado interno. "Isso é algo dramático e mostra que a indústria de transformação está na UTI, está nas últimas". Acrescentou que o cenário atual é ruim para se produzir e manufaturar no Brasil. "Este é o país da importação, hoje em dia". Com a retração, a perda no quadro de pessoal registrada em agosto em comparação a julho foi 0,5%, atingindo 2,5% no acumulado do ano até agosto.

O dirigente disse que a retração do setor é fruto do processo de desindustrialização que ocorre no país há alguns anos, em razão de fatores ligados ao custo Brasil, entre os quais câmbio, juros e impostos. No caso do setor de máquinas e equipamentos, houve perda de competitividade com relação aos competidores externos. Além disso, segundo ele, o próprio mercado interno tem ficado menor. "A desindustrialização está fazendo com que clientes tradicionais, compradores de máquinas e equipamentos para produzir, por sua vez, produtos finais, eles também estão fechando as portas ou estão se transformando em importadores".

Pastoriza informou que isso fica claro no resultado do consumo aparente mensal que, em agosto, foi R$ 7,982 bilhões, 9,1% menor que o de julho e 28,5% inferior ao de agosto de 2013. Segundo a Abimaq, quando eliminado o efeito da variação cambial, a queda observada no consumo aparente é 21,1%.

O desempenho do setor revela também que, em relação às exportações, o valor apurado em agosto, de US$ 1,149 bilhão, ficou 6,7% abaixo do contabilizado em julho e 8% menor que o de igual mês do ano passado. No acumulado do ano, entretanto, o resultado apurado de US$ 9,006 bilhões, considerado o melhor de toda a série histórica, mantém, segundo a Abimaq, a tendência de crescimento sobre 2013, que atingiu 13% neste mês. As exportações acumuladas até agosto responderam ainda por 45,1% do faturamento total do setor, situando-se acima da média histórica de 32%.

O ritmo baixo de atividade reflete sobre os empregos no setor. Carlos Pastoriza disse que, de 2012 para cá, foram perdidos 12 mil postos de trabalho, do total de 250 mil empregos diretos que o setor tem. Avaliou, entretanto, que a perda de emprego não reflete a gravidade da recessão que o setor enfrenta. "Como o tipo de trabalhador que o setor emprega é mais qualificado que a média, mais treinado e requer mais experiência para ser produtivo, as empresas seguram o máximo que podem esses trabalhadores, porque a dispensa deles significa demoras enormes para repor lá na frente".

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