• Carregando...

A Copa do Mundo afetou as vendas de veículos mais do que o previsto por especialistas e entidades ligadas ao setor automotivo, avalia a Fenabrave, que representa as concessionárias de veículos. "Achamos que haveria queda, mas não tão drástica. Até jogos de seleções africanas nos fazem ficar em frente à televisão", disse Flávio Meneghetti, presidente da entidade. Segundo o executivo, as perdas dos meses de junho e julho equivalem "praticamente a um mês de trabalho perdido".

Segundo levantamento da Fenabrave, foram vendidos 250.655 automóveis e comerciais leves em junho deste ano, montante 9,81% inferior aos 277.907 emplacamentos de maio e 17,24% menor que os 302.886 licenciamentos de junho de 2013. No acumulado do ano, foram registradas 1,58 milhão de unidades vendidas, ante 1,71 milhão do mesmo período do ano passado.

A produção também recuou, como mostram os dados divulgados nesta quarta (2) pelo IBGE, que abrangem os cinco primeiros meses do ano. O instituto mostrou que, de janeiro a maio, a queda na fabricação de veículos (caminhões e ônibus inclusos) chegou a 12,5%, sendo esse o ramo que mais contribuiu para o fraco desempenho do setor industrial no acumulado do ano (-1,6%).

Meneghetti avalia que a falta de crédito ainda é a maior responsável pelo desaquecimento do setor. Segundo as previsões da Fenabrave, 2014 terá cerca de 3,3 milhões de veículos emplacados, volume 7,7% inferior ao do ano passado. "O governo deveria rever a legislação, que privilegia mais o inadimplente do que o bom pagador. Isso seria melhor do que adiar a alta do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]", afirmou Meneghetti, referindo-se ao fato de que a cada 100 contratos inadimplentes, apenas 15 são recuperados pelos bancos. Na avaliação do executivo, os bancos não querem mais correr riscos com uma oferta de crédito mais abundante.

Segundo semestre

A prorrogação da manutenção dos índices atuais do IPI é um dos fatores que leva a Fenabrave a acreditar num crescimento de aproximadamente 5% no 2º semestre de 2014 sobre os resultados da primeira metade do ano. Para justificar o otimismo, o empresário também cita o maior número de dias úteis entre julho e dezembro, além dos lançamentos do período - são previstos 14 novos modelos até o fim do ano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]