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Confira no infográfico o desempenho por segmentos| Foto:

Força-tarefa

Fabricantes de autopeças se unem para atrair montadoras

Da Redação

Vinte executivos de fabricantes de autopeças formaram uma força-tarefa para atrair montadoras de veículos ao Paraná. Eles se reuniram ontem com o governador Beto Richa e o secretário de Estado do Planejamento, Cassio Taniguchi.

De acordo com a agência de notícias do governo estadual, um dos investimentos que terá atenção prioritária do grupo é o da alemã BMW, que pretende construir uma fábrica no Brasil. Anteontem, em Detroit, nos Estados Unidos, um executivo da montadora avisou que a decisão sobre o local da unidade pode sair nos próximos dois meses.

Na avaliação de Richa, o Paraná se transformou em importante polo automotivo não só pela quantidade de montadoras e fornecedores, mas também pela qualidade da mão de obra, localização geográfica estratégica e aspectos logísticos. "Essas vantagens certamente credenciam o Paraná a receber uma montadora como a BMW", disse.

As concessionárias do Paraná venderam 376 mil veículos em 2011, com crescimento de 5,6% na comparação com o ano anterior. O resultado ficou um pouco acima da média nacional, cujo crescimento sobre as vendas de 2010 foi de 5%, segundo a regional paranaense da Federação Na­­cional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-PR).

Especialistas consideram o resultado das vendas de 2011 "satisfatório". "O ano começou forte, com as vendas aceleradas em torno dos 7%, com uma leve desaceleração ao longo do segundo semestre. Ainda assim, para a Fenabrave, foi um bom resultado", avalia o consultor do setor automotivo David Wong, da Kaiser Associates.

O diretor-geral da Fenabrave-PR, Helmuth Altheim, atribui o desempenho acima da média ao impulso do agronegócio paranaense. "O estado tem um desempenho bom porque tem uma agricultura forte. Os automóveis e comerciais leves são os grandes puxadores do setor e, quando a safra é boa, o produtor troca a caminhonete e compra um carro novo para a mulher", exemplifica.

Para 2012, Altheim prevê um início de ano fraco em razão dos tradicionais gastos de início de ano – como IPTU, IPVA, renovação de seguros e matrículas escolares. A expectativa, entretanto, é de que as vendas acelerem a partir de março e fechem o ano com crescimento entre 4% e 6%. Como fatores que devem contribuir para esse resultado, o diretor-geral aponta a queda das taxas de juros, a oferta de crédito, o aumento do salário mínino e a queda da inadimplência.

Wong, da Kaiser Associates, é um pouco mais cauteloso e diz que a situação ainda é um pouco incerta para se começar a fazer previsões. "O desempenho do setor é atrelado ao crescimento do PIB do país. Historicamente, quando o país cresce abaixo de 2,5% há uma retração nas vendas. Até 3%, há estagnação ou pouco crescimento. Acima de 4% de PIB, o crescimento das vendas é bom, acima de 4,5%, e fica mais agressivo conforme o multiplicador do PIB cresce", explica. Para o analista, tudo vai depender do resultado geral da economia do país neste ano.

Utilitários esportivos

Pelo recorte dos segmentos, chama a atenção o desempenho dos comerciais leves, que tiveram crescimento na casa dos dois dígitos no Brasil e no Pa­­raná (14,6% e 19,5%, respectivamente). Wong diz que isso se deve à competitividade dos novos modelos desse segmento, na faixa de preço entre R$ 40 mil e R$ 70 mil. "Muitas vezes esses veículos são mais baratos que um carro de passeio. Todos os SUVs [sigla em inglês para utilitário esportivo] importados entram nessa categoria, que acabou se tornando o sonho de consumo da classe média no Brasil", avalia.

Altheim acredita que esse nicho deve continuar crescendo acima da média do mercado nos próximos três anos. "As indústrias estão investindo nesse segmento. No nosso país as coisas sempre ocorrem mais tarde: enquanto os outros países estão diminuindo [as vendas de SUVs], aqui ainda estamos na fase do crescimento. É um produto que vende."

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