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Desaquecimento - Pedido de bens duráveis tem queda

São Paulo – O número de pedidos de bens duráveis nos EUA teve uma queda de 1,7% em setembro, após uma queda mais acentuada, de 5,3%, em agosto. O resultado do mês passado foi a primeira queda consecutiva em mais de um ano, e contrariou as expectativas dos analistas, que projetavam uma recuperação, com um crescimento de 1,5%. A queda de setembro refletiu os resultados fracos nos setores de automóveis, metais, computadores e produtos eletrônicos e aparelhos elétricos.

O setor de equipamentos de transporte teve uma queda de 6,3% – menor que a de agosto, quando houve declínio de 12,3%. A demanda por aviões comerciais se recuperou, com crescimento de 18,2%, após a queda de 40,2% em agosto. Os pedidos de aviões militares, por sua vez, caíram 37,3% no mês passado.

Já os pedidos de automóveis caíram 2,9%, resultado negativo, mas superior ao de agosto, quando houve queda de 8,2%.

Excluído o setor de transporte, os pedidos teriam registrado ligeiro ganho de 0,3%, após a queda de 1,8% em agosto na mesma comparação.

Os gastos com bens duráveis recuaram nos últimos meses devido à crise no mercado financeiro americano (que também afetou outros países), causada pelos problemas no segmento de hipotecas de risco do mercado imobiliário. Com a crise, empresas e consumidores deixaram de gastar, temendo efeitos que ainda estavam por vir.

São Paulo – As vendas de casas novas nos Estados Unidos cresceram 4,8% em setembro, chegando a uma taxa anualizada de 770 mil unidades, informou ontem o Departamento do Comércio. O aumento, no entanto, foi apontado depois que o resultado de agosto foi revisto para baixo. Inicialmente, a leitura de agosto mostrava que as vendas haviam atingido a taxa anualizada de 795 mil unidades. Ontem, o departamento informou que as vendas, na verdade, ficaram em 735 mil unidades. Agosto marcou, assim, o menor ritmo de vendas em 11 anos.

Na comparação com setembro de 2006, as vendas no mês passado tiveram uma queda de 23,3%. O preço médio das residências no país chegou a US$ 238 mil, 2,5% acima do registrado em agosto.

O Comitê Conjunto de Economia do Senado dos EUA informou em um comunicado que estima que cerca de dois milhões de hipotecas "subprime" (de maior risco) possam ser executadas nos próximos 18 meses, quando as taxas de juros com que os contratos foram fechados forem reajustadas.

"Estado por estado, os custos da crise dos 'subprime' são assustadoramente altos", informou o comitê no comunicado. "De Nova Iorque à Califórnia, estamos rumando para bilhões em perdas em valores de propriedade e receitas fiscais."

No mês passado, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) cortou sua taxa de juros em meio ponto porcentual, para 4,75% ao ano, a fim de evitar que a crise no mercado de hipotecas de risco afetasse a economia do país – e acabasse por levar os EUA a uma recessão.

Segundo o professor de economia da Universidade da Califórnia e ex-conselheiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) Barry Eichengreen, o problema fundamental nos EUA hoje é que "o setor de construção residencial entrou em colapso – e esse é o sinal mais confiável de recessão que nós temos".

Os ciclos no mercado imobiliário duram muitos anos, lembrou o ex-conselheiro do Fundo. "Há um estoque muito grande de casas novas não-vendidas, principalmente em estados como a Califórnia, e levará muitos anos até diminuírem esses estoques. Isso não vai estar resolvido até dezembro, vai levar anos para se chegar a uma solução."

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