• Carregando...

Curitiba – Associado a benefícios para a saúde, assim como o vinho tinto, só que sem álcool, o consumo do suco natural integral fabricado pelas indústrias vinícolas disparou este ano no consumo brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) apontam que as vendas de suco de uva no primeiro semestre de 2005 aumentaram 68% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, foram consumidos 14,6 milhões de litros, ante os 8,7 milhões de 2004. O crescimento da demanda é tanto que fabricantes de suco de uva prevêem que o produto poderá faltar a partir de outubro.

Atenta à tendência de crescimento do mercado, a Vinícola Campo Largo decidiu investir na fabricação de suco em 2004, quando foram vendidos 30 mil litros da bebida. Neste ano, a empresa triplicou a produção, mas a oferta está abaixo da previsão de consumo. "O suco de uva disponível no mercado não será suficiente para o ano todo e talvez em outubro os consumidores já não encontrem nosso produto nos mercados", afirma o diretor-presidente da vinícola, Giorgeo Zanlorenzi. Segundo ele, o problema ocorre em todo o país.

O motivo é o período curto da safra da uva utilizada em suco – tipos isabel, concorde e bordeaux –, que começa em janeiro e termina na metade do mês de março. Em função disso, a empresa produz de acordo com o planejamento de vendas para o ano todo, que é de 150 mil litros de suco de uva – menos de 1% da produção total de vinho, que é de 20 milhões de litros.

Para 2006, a Campo Largo deve dobrar a produção para 300 mil litros de suco de uva. Segundo Zanlorenzi, a empresa tem comercializado uma média de 3 mil caixas/mês de suco, correspondendo a 18 mil litros mensais. A aceitação do suco está surpreendendo a vinícola, que prevê aumento do faturamento da empresa em pouco tempo. "Investimos R$ 400 mil em equipamentos e acreditamos que o retorno será no médio prazo. A comercialização do suco de uva será responsável por 5% do nosso faturamento", estima Zanlorenzi. O suco de uva e o vinho Campo Largo são produzidos no município de São Marcos (RS), porém o envase é feito em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba.

Bento Gonçalves

A Cooperativa Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves (RS), que lidera esse mercado com 22% de participação, diz que a procura está tão forte que não terá como atender a demanda até o fim do ano. A Aurora deve comercializar 2,3 milhões de litros de suco de uva em 2005. Segundo Carlos Zanotto, diretor comercial da empresa, na comparação do primeiro semestre deste ano com igual período de 2004, a venda de sucos de uva da Aurora saltou 203%. Para 2006, ele projeta um crescimento entre 25% e 30% em relação a 2005.

A Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar), que produz sucos de frutas com a marca Purity, tem registrado um aumento no consumo de suco de uva de 20% ao ano. "O suco da uva é um dos mais procurados nos últimos dois anos", destaca o superintendente comercial e industrial da Cocamar, Celso Carlos dos Santos Júnior.

Segundo ele, para não ter problemas de desabastecimento, a Cocamar está implantando um programa de fruticultura, que no caso da uva já terá resultados a partir de 2007. "Hoje temos ociosidade na produção de suco de laranja entre os meses de dezembro e fevereiro. Com a uva fornecida pelos nossos produtores, passaremos a produzir o suco nesse período."

Os sucos de frutas correspondem a 4% do faturamento da Cocamar, ou R$ 40 milhões. Para 2006, a cooperativa deve elevar a produção de sucos, tendo em vista que o consumo desse produto vem crescendo acima da média, destaca Celso Júnior.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]