O mercado flexível de câmbio começa a funcionar nesta segunda-feira na Venezuela, abrindo espaço para uma nova maxidesvalorização do bolívar. De acordo com o governo, a cotação do dólar diante da moeda venezuelana deverá ser determinada pela oferta e pela demanda.
"É a primeira vez que vemos as autoridades relaxarem explicitamente os controles, que vinham sendo apertados gradualmente nos últimos 15 anos", disse o estrategista Hernán Yellati, do BankTrust & Co. Segundo ele, a liberalização do câmbio é a maneira mais pragmática para o governo do presidente Nicolás Maduro lidar com a frustração dos venezuelanos.
Desde o fim de fevereiro, uma série de protestos de rua de estudantes e da classe média alta contra o governo socialista provocou cerca de 30 mortos. Os protestos, inicialmente contra a criminalidade, passaram também contra a política econômica do governo.
Funcionários do governo disseram que só vão intervir no Sicad 2, o nome do novo mercado, para prevenir volatilidade excessiva. Mas o governo continuará controlando esse mercado, já que o Banco Central e empresas como a estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) serão os principais provedores de dólares.
"Tendo em vista a experiência anterior, a probabilidade de sucesso não é grande. Administrativamente, eles não tiveram sucesso com nada do que fizeram até agora, e no fim das contas, não há dólares suficientes para abastecer o mercado", disse Russ Dallen, da Caracas Capital Markets.
O ministro do Petróleo, Rafael Ramírez, disse que o novo mercado será transparente e "é a questão mais importante em nossa busca por equilíbrio econômico".
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