Os ventos de quase 70 quilômetros por hora que atingiram a região de Curitiba na tarde de terça-feira (13) causaram um incidente com chamas na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária. O compressor de gases precisou ser desligado por motivos de segurança e o gás que passaria pela máquina foi direcionado para tochas de cerca de 100 metros de altura que liberaram o material no ar. O fenômeno causou enormes chamas, que chamaram a atenção de moradores da região.
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Segundo o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná e Santa Catarina, os ventos fortes causaram o detalhamento de uma das unidades de processamento de gás da refinaria. As telhas atingiram o compressor de gás, o que fez com que o sistema de segurança da unidade fosse acionado e o equipamento desligado por questões de segurança.
O gás que seria comprimido, cerca de 5 mil m³ de gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP) de acordo com o sindicato, foi direcionado automaticamente para as tochas que lançaram o produto na atmosfera, o que gerou as enormes chamas observadas na região. O procedimento é padrão e acontece para evitar, por exemplo, explosões.
Durante o destelhamento, cerca de 70 pessoas trabalhavam na unidade. Nenhuma ficou ferida, segundo o sindicato. “Mas a nossa preocupação é que uma dessas telhas poderia ter atingido um trabalhador”, diz Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR-SC.
O sindicato afirma que em 2012 aconteceu um destelhamento na mesma unidade após um vendaval e que a Petrobras não tomou ações para evitar a reincidência de novos acidentes. “Não é admissível que uma simples ventania coloque em risco as operações da refinaria, os trabalhadores e a comunidade do entorno da unidade industrial”, afirmou em nota.
Outro lado
A Petrobras só se manifestou sobre o incidente após o sindicato entrar em contato para esclarecimentos. Para Mário Dal Zot, a resposta ainda não deixa claro sobre as condições de infraestrutura do local.
Em nota, a Petrobras informa que a “a forte ventania que atingiu a região danificou o compressor de gases da Unidade de Craqueamento da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), gerando a necessidade de manutenção do equipamento”.
“Como parte dos procedimentos de segurança, comuns neste tipo de planta industrial, os gases da unidade foram enviados para a tocha, para que fosse feito o descarte seguro”, diz a entidade.
A Petrobras também reiterou que não houve riscos ou danos às pessoas, meio ambiente e instalações e que o impacto na produção foi muito pequeno. Já Mário Dal Zot acredita que o lançamento de gasolina e gás pode causar algum dano ao meio ambiente ou aos moradores da região.
A assessoria de imprensa da Petrobras também não soube informar se as atividades da unidade atingida serão retomadas ainda nesta quarta-feira (14) ou somente na quinta (15).
A Repar é a quinta maior refinaria do país, com capacidade de processamento de 33 mil m³ de petróleo por dia, e responsável por aproximadamente 12% da produção nacional de derivados de petróleo.
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