
Após apresentar um faturamento recorde em 2010, a indústria de medicamentos genéricos se prepara para mais um ciclo de forte crescimento com a safra de 45 patentes que expiram neste ano, representando um mercado potencial de R$ 2,8 bilhões para o setor.
Dentre os produtos que devem estrear nas prateleiras com a tarja amarela e a letra "G" na embalagem estão versões de alguns dos medicamentos mais consumidos no mundo, como o anti-hipertensivo Valsartana (versão genérica do Diovan); o Rosuvastatina (Crestor), usado no combate ao colesterol; e o citrato de sildenafila, medicamento contra a disfunção erétil conhecido comercialmente como Viagra.
Para atender a essa demanda, o setor deve investir R$ 1,5 bilhão na construção de novas fábricas e na ampliação das já existentes ainda no primeiro semestre. Isso deve gerar até 2 mil empregos diretos nas áreas de produção, pesquisa e desenvolvimento durante o período em todo o pais.
"Esses medicamentos já foram submetidos à Anvisa e estão na pendência do registro, todos ainda sem versões genéricas disponíveis", explica o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti. Segundo ele, o prazo médio entre o fim da validade da patente de um medicamento e a chegada do genérico às prateleiras é de 18 meses.
Mercado promissor
Segundo Finotti, cerca de 80% dos produtos farmacêuticos já contam com versões genéricas disponíveis. "Dá para tratar cerca de 90% das doenças comuns com produtos que custam, em média, 52% menos que os remédios de referência", diz. Por lei, os genéricos devem ser no mínimo 35% mais baratos que os medicamentos de referência (remédios de marca).
Segundo dados da Pró Genéricos, de cada R$ 100 gastos pelos brasileiros na compra de medicamentos, R$ 17,10 foram para a aquisição de genéricos. No Paraná essa proporção é menor, de R$ 15,90. "O que não é um dado ruim, pois significa que há mais espaço para crescer", avalia Finotti.
O Paraná tem duas das maiores fabricantes de genéricos do país: a Prati-Donaduzzi, de Toledo (Oeste do estado), e a Sandoz, instalada em Cambé (Norte do Paraná). Segundo o presidente da Pró Genéricos, ambas devem aproveitar este ciclo de expansão do setor para realizar novos investimentos.



