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O compositor americano Tommy Tallarico tem um trabalho interessante: desenvolver trilhas sonoras para jogos eletrônicos. Uma das estrelas do Video Games Live, evento que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, Tallarico participou da criação das trilhas de mais de 250 videogames, dentre eles "Aladdin" e "Spider-Man", além de franquias populares como "Unreal", "Time Crisis", "Pac-Man", "Mortal Kombat". Em entrevista, ele fala sobre tão pitoresco mercado.

Como está o mercado de trilha sonora de videogame? O gammer presta atenção na música enquanto joga?

Como a qualidade das músicas de videogame só melhora, ela conquista mais atenção e mais fãs. Nos EUA e no Japão muitas músicas de videogame são lançadas e se tornam populares. Até bandas e músicos famosos estão produzindo canções para videogame. Eles sabem que assim podem levar seu trabalho a milhões de pessoas. O videogame tornou-se o rádio do século 21 e o entretenimento das duas últimas gerações.

O mercado é restrito?

Há muitos compositores de talento trabalhando neste campo e milhares de novos games são lançados a cada ano. Mesmo compositores de grandes filmes como Danny Elfman, Bill Conti e Howard Shore têm trabalhado no mercado de videogame. Ele é um grande desafio e um emprego criativo que não restringe compositores porque é uma forma de mídia tal qual a TV ou os filmes.

Game Music é uma mistura de estilos? Qual predomina?

Assim como nos filmes, existem diferentes estilos de composição, dependendo do projeto, da história do game, emoção, atmosfera. Entretanto, muitas músicas para videogame parecem ser escritas para orquestras. Alguns como "Final Fantasy" usam orquestra tradicional enquanto outros como Halo & Medal Gear Solid combinam a orquestra com música eletrônica moderna e percussão pesada. Ambos cabem perfeitamente nos games.

Como você vê o mercado brasileiro de games? O país não é considerado "mercado oficial" por companhias como Sony e Nintendo, por causa dos altos índices de pirataria.

Sim. É um fato conhecido que o Brasil, assim como outros países do mundo, tem altos índices de pirataria e muitas empresas de videogame acabam ignorando estes mercados. Mas o Brasil não ser "mercado oficial" não significa que ele não tenha usuários tão apaixonados quanto os demais. Na verdade, nos últimos anos recebemos mais e-mails do Brasil do que de qualquer outro país para que realizássemos um concerto. Estamos muito orgulhosos e honrados por fazer o primeiro concerto de música de videogame na América do Sul.

Quando escreve uma música para game, que faixa etária vem à sua cabeça?

Nunca é sobre faixa etária mas sobre emoções, personagens, história do game e ambiente. Nunca me preocupo com a idade da pessoa que irá ouvi-la ou tocá-la (a música). Ela vem do coração e é escrita com paixão, que cruza todas as barreiras de idade.

É possível comparar o público de um concerto de música de videogame com o público de um concerto de rock?

É como ter a excitação e a energia de um concerto de rock mixado ao poder e à emoção de uma orquestra, combinado com tecnologia, efeitos visuais e a diversão que o videogame traz. A multidão fica selvagem com a apresentação da orquestra e você nunca vai ver algo como isso.

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