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Dois jovens empreendedores, com boas idéias na cabeça e bilhões de dólares no bolso. Esta parece ser a fórmula mágica do Google, que expande seus negócios pelo mundo com um audácia e numa velocidade impressionantes. Não à toa é considerada atualmente a empresa de mídia mais valiosa do mercado mundial - vale mais de US$ 120 bilhões. Suas apostas invariavelmente são tiros certos, mesmo quando desviam e muito do negócio original de ser um bom site de pesquisa na internet. De rede gratuita de internet sem fio (wi-fi) em São Francisco à parceria com a Nasa, parece não haver limites para o Google. Agora suas atenções se voltam para o Brasil.

Os fundadores da empresa, Larry Page e Sergey Brin, estão no país desde domingo, conhecendo as recém montadas instalações da empresa em São Paulo e Belo Horizonte, e analisando o mercado de internet brasileiro. Especula-se até que os dois avaliam a possibilidade comprar uma empresa de comércio eletrônico ou mesmo um grande portal. Como os nomes ventilados têm ações em bolsa, há quem suspeite da informação, que poderia ser usada apenas para elevar o preço dos papéis das respectivas empresas - como ocorreu no caso Napster , mas em se tratando de Google, nada é muito claro.

O primeiro compromisso de Page e Brin pelas terras brasileiras foi surpreendente: visitar uma empresa produtora e exportadora de álcool e açúcar, a Cosan, em Piracicaba (SP). Consta que foi no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que Page e Brin tomaram conhecimento da tecnologia brasileira de produção de combustível alternativo e limpo como o álcool. O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, também estava por lá. Dica dele?

Depois de passar pela empresa produtora e exportadora de açúcar e álcool no interior paulista e conceder uma rápida entrevista coletiva em São Paulo, Page e Brin sumiram e foram aparecer quase 24 horas depois em Minas Gerais. O roteiro dos dois pelo país tem sido guardado a sete chaves por motivos de segurança.

Em Belo Horizonte, Page e Brin conheceram o Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foram os professores desse departamento que criaram a Akwan, empresa desenvolvedora de tecnologias de busca na internet e comprada pelo Google em 2005. Agora, transformou-se no centro de pesquisa do Google para a América Latina e principal instrumento da empresa para sua missão no Brasil: 'localizar' seus produtos para o país.

A idéia da empresa é dar uma cara brasileira aos muitos produtos Google para aproveitar o grande interesse que eles geram no público consumidor do país. O sucesso do Orkut, hoje dominado por perfis de brasileiros (são cerca de 6 milhões, contra apenas 20 mil americanos, por exemplo), certamente contribuiu bastante para a decisão estratégica da empresa em apostar mais no Brasil.

Levando-se em conta que a internet cresce a um ritmo acelerado no Brasil (houve um aumento de 200% no número de internautas entre 2000 e 2003, chegando a cerca de 22 milhões no final de 2005), a aposta do pessoal do Google é certeira. Enquanto países desenvolvidos como a Holanda têm uma relação de usuários de mais de 5 mil por cada 10 mil usuários de internet, no Brasil essa proporção não chega a 900 por grupo de 10 mil. Ou seja, o potencial de crescimento por aqui é enorme. Oportunidade que certamente já está na alça de mira do Google.

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