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O presidente-executivo da Vivendi, Jean-Bernard Levy,  durante uma apresentação em Paris, na França | Philippe Wojazer/Reuters
O presidente-executivo da Vivendi, Jean-Bernard Levy, durante uma apresentação em Paris, na França| Foto: Philippe Wojazer/Reuters

A Vivendi está considerando vender a operadora brasileira de telecomunicações GVT, afirmaram fontes com conhecimento do assunto, em uma operação que poderá ajudar as ações do grupo francês a recuperar terreno.

Analistas estimam que a GVT vale entre 7 bilhões e 8,5 bilhões de euros (até US$ 10,42 bilhões) e a avaliação da Vivendi ocorre depois que as conversas iniciais do grupo francês para se desfazer da unidade de videogames Activision Blizzard encontraram poucos interessados, ante o preço buscado pela Vivendi, afirmaram as fontes.

O grupo francês assumiu o controle da GVT em novembro de 2009 por US$ 2,9 bilhões, quando sua oferta de R$ 56 por ação da operadora superou a proposta de R$ 50,5 feita pela Telefónica, que considerava a empresa como essencial para sua estratégia no Brasil.

Investidores da Vivendi inicialmente criticaram o alto preço da aquisição, mas eventualmente passaram a apreciar a GVT assim que a empresa começou a elevar os resultados do grupo francês.

"Uma venda da GVT não é mais um tabu e agora está sendo considerada internamente", disse uma das fontes. Segundo a assessoria de imprensa da Vivendi no Brasil, a empresa "não costuma comentar rumores e não começará a fazê-lo agora". Representantes da operadora brasileira não se pronunciaram sobre o assunto.

Apesar de nenhum banco ter sido contratado para vender a GVT, o pensamento do conselho do grupo evoluiu recentemente de considerar a companhia brasileira como um ativo essencial para uma avaliação que permitiria a venda da operadora pelo preço correto.

A Vivendi, um conglomerado que atua em áreas que vão do entretenimento a telecomunicações, está revendo sua estrutura para reverter uma queda contínua no preço de suas ações. Bancos de investimento estão lançando ideias para venda de unidades ou divisão completa dos negócios do grupo.

A GVT registrou no primeiro trimestre crescimento anual de mais de 30% em sua receita, após um forte avanço nas linhas em serviço. Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) saltou 28,3%.

A Vivendi, avaliada em 20,5 bilhões de euros, é liderada pelo presidente do conselho de administração, Jean-Rene Fourtou, de 72 anos, depois que o longevo presidente-executivo Jean-Bernard Levy deixou a empresa no final de junho após desentendimentos com o conselho sobre como reestruturar o grupo.

Nas últimas semanas, a Vivendi promoveu rodadas de discussões para buscar interessados em sua participação de 60% na Activision, mas nenhum mostrou disposição em pagar o prêmio que o grupo francês buscava, de pelo menos 12% sobre o valor de mercado de US$ 8,3 bilhões, afirmaram as fontes.

A Vivendi agora se virou para a GVT como candidata à venda, em um momento em que procura reduzir suas participações no setor de telecomunicações, considerado agora por Fourtou como muito arriscado e intensivo em capital, disseram duas das fontes, que estão familiarizadas com a estratégia da companhia.

Fourtou enfrenta pressão de agências de classificação de risco preocupadas com a dívida de 14 bilhões de euros da Vivendi e de elevadas expectativas de investidores ansiosos por uma reestruturação capaz de destravar valor do grupo.

Possiveis interessadas

Os potenciais interessados na GVT incluem a Telefónica e a Oi, bem como a Telecom Italia, via sua unidade TIM Brasil.

A América Móvil, que controla as operadoras Claro, Net e Embratel, também pode mostrar interesse, apesar de uma fonte do setor bancário ter afirmado que tal aquisição poderia gerar preocupações em autoridades de defesa da concorrência.

"Dado o potencial do mercado de banda larga (no Brasil), há muito valor de longo prazo para esse pessoal", disse um representante de banco de investimento especializado na área de telecomunicações.

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