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Um bom exemplo: Elmi Filipin Castro, especialista em comércio exterior, usa várias táticas para fugir das tarifas bancárias. Ao receber a anuidade do cartão de crédito, liga para a operadora e pede para cancelá-lo, alegando que vai se mudar para o interior e não usará mais o cartão. Prontamente, a operadora oferece a isenção da anuidade para que ela não cancele. Ela usa tática semelhante para obter descontos na assinatura do telefone e até na assinatura de revistas. “A empresa tem que fazer a parte dela, e não ficar inventando desculpa para te enrolar.” | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Um bom exemplo: Elmi Filipin Castro, especialista em comércio exterior, usa várias táticas para fugir das tarifas bancárias. Ao receber a anuidade do cartão de crédito, liga para a operadora e pede para cancelá-lo, alegando que vai se mudar para o interior e não usará mais o cartão. Prontamente, a operadora oferece a isenção da anuidade para que ela não cancele. Ela usa tática semelhante para obter descontos na assinatura do telefone e até na assinatura de revistas. “A empresa tem que fazer a parte dela, e não ficar inventando desculpa para te enrolar.”| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Reajustes chegaram a 300%

Apesar da obrigatoriedade de padronização da nomenclatura e de transparência das tarifas – medidas que visam aumentar a concorrência –, o preço dos serviços bancários aumentou. Pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que, nos últimos 11 meses – desde que entraram em vigor estas normas –, o valor das tarifas bancárias em sete bancos com mais de 1 milhão de clientes subiu 7,6 vezes a inflação acumulada no período. Em alguns casos, o reajuste nas taxas foi de 300%.

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Seus direitos

A portabilidade permite que o cidadão leve seu histórico financeiro e cadastral para o banco de sua conveniência, e é uma carta na manga na hora de negociar tarifas ou mudar de instituição financeira.

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  • Saiba onde e como economizar no relacionamento com o seu banco

As tarifas bancárias incomodam você? Pois saiba que é possível escapar de algumas delas. Muitas vezes, um simples telefonema vai livrá-lo da anuidade do cartão de crédito. Em outros casos, pode não ser tão simples assim, mas quem já tentou conta que vale a pena brigar. O dinheiro economizado parece pouco, mas faz diferença no orçamento, dizem especialistas em finanças.

"O consumidor tem que estar mais participativo. É como se os bancos contassem com a indisposição dos clientes em exigirem seus direitos. É algo na linha: ‘Vamos cobrando, se ele não questionar, a gente continua cobrando’", diz a economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim.

Questionar, portanto, é palavra de ordem. Isso vale principalmente para a anuidade do cartão de crédito, a tarifa por renovação cadastral e o valor pago pelo pacote de serviços. "Ao olhar o extrato e ver uma tarifa, tem que ligar para o gerente e pedir o estorno. A maioria dos bancos estorna depois de uma reclamação, principalmente as administradoras de cartão de crédito. Já vi casos de anuidade de R$ 200 que, só por você ligar, só de ouvirem a sua voz, eles dão 90% de desconto", conta o consultor financeiro Leandro Martins, autor de Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro.

Outro costume do banco é cobrar pela "renovação cadastral". E parece ficção: você vai deixar seu dinheiro aplicado e suas movimentações financeiras no mesmo banco por mais um ano, e ele ainda cobra por isso.

"Eles sempre vinham com uma taxa de cadastro anual, e no fim era uma taxa só porque o sistema atualizava todo ano o endereço", conta a especialista em comércio exterior Elmi Filipin Castro, que está acostumada a bronquear com os bancos para não pagar tarifas que ela considera abusivas. A última batalha foi exatamente por conta da renovação do cadastro. E, de tanto insistir, ela ganhou até presente. "Um dia eu fui lá e briguei com a gerente, disse que ia cancelar a conta, e depois nunca mais tive problema. Dois dias depois eles me ligaram e me deram presente, disseram que eu tinha mostrado uma falha deles. A verdade é que o banco tem um giro muito grande com o seu dinheiro, então eu acho que você não tem que pagar por nada. Eles é que tinham que te agradecer", considera Elmi.

Serviços

Além de questionar as instituições, o correntista que quer economizar precisa se perguntar se está mesmo usufruindo de todo o pacote contratado com o banco. Afinal, para negociar uma redução de tarifas, muitas vezes é preciso uma "moeda de troca". "O banco vai dar uma tarifa menor somente se você tiver outro atrativo. Ou seja, a perda que ele vai ter com a tarifa menor vai ser compensada com outro segmento, como a aplicação por exemplo", explica o economista Christian Luiz da Silva, professor da PUCPR e do Cefet.

Há uma outra situação, diz ele, em que o correntista não tem esse poder de negociação, "mas acaba adquirindo do banco serviços que ele não utiliza. É como se ele estivesse comprando algo que ele não consome ou nunca pensou em consumir." Neste caso, vale a pena trocar o pacote contratado por outro, que pode ser mais barato ou até mais caro, desde que mais adequado ao seu perfil.

Nesta linha, o Instituto de Defesa do Consumidor recomenda a abertura de uma conta com os chamados "serviços essenciais". Ao comparar essa conta com os pacotes pagos de dez bancos, o Idec descobriu que, mesmo adicionados de uma operação mensal de DOC, os essenciais podem valer muito a pena: optar pelos pacotes pagos fica até 204% mais caro.

O consultor Leandro Martins recomenda ainda migrar para o segmento de primeira linha dos bancos, chamados de "private", "prime" ou "premier", entre outros. "Eu falo por experiência própria, porque eu migrei para segmentos ‘prime’ de dois bancos. As tarifas foram a zero e o atendimento é muito melhor. Muitos acham que é preciso ter muito dinheiro para entrar nesse segmento, mas isso não é verdade. Dependendo do saldo aplicado ou do seu salário, já é possível."

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