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A Votorantim também está na disputa pela cimenteira portuguesa Cimpor, que já é alvo das também brasileiras CSN e Camargo Corrêa.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Votorantim Participações, Carlos Ermírio de Moraes, o grupo apresentou uma proposto para a Cimpor que não envolve a tomada de controle da companhia.

"Existe uma proposta que é conciliadora dos interesses locais, porque não envolve o controle da empresa", afirmou ele a jornalistas nesta terça-feira, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o executivo, a proposta "já foi apresentada aos acionistas" da Cimpor e "não é hostil".

Há uma semana, a Votorantim informou que vinha mantendo desde 2008 contatos diretos com acionistas da Cimpor para compra de uma fatia minoritária e que não estava, naquele momento, considerando a compra de ações ou uma oferta de aquisição de toda a cimenteira.

"A Votorantim apareceu por último como interessada (na Cimpor)... Mas está nesse negócio há muito mais tempo que os outros concorrentes", disse Ermírio de Moraes.

Questionado se a oferta já teria sido apresentada aos sócios da Cimpor, ele respondeu que "há muito tempo", acrescentando que não poderia dar mais detalhes.

A disputa pública pela Cimpor teve início em meados de dezembro, quando a CSN --novata no ramo de cimento-- se dispôs a pagar 5,75 euros por ação da empresa portuguesa, ou 3,86 bilhões de euros por toda a companhia. A proposta da CSN foi rejeitada pelo Conselho da Cimpor, que considerou o valor baixo.

Duas semanas atrás, a Camargo Corrêa apresentou proposta de fundir seus negócios de cimento com os da Cimpor, com a premissa de ficar com menos de 50 por cento do capital da empresa resultante da união dos ativos.

O Conselho da Cimpor não se posicionou sobre a proposta da Camargo Corrêa, mas o órgão regulador do mercado de capitais de Portugal disse que o grupo brasileiro deveria lançar uma oferta concorrente à da CSN pela cimenteira ou desistir do negócio.

O presidente da Votorantim Participações acredita que "a novela" envolvendo a Cimpor continua "e pelo jeito ainda vai se arrastar por um tempo".

Sobre o desfecho, Ermírio de Moraes disse que não está nas mãos de sua empresa. "Depende muito mais do interesse dos sócios e do próprio governo (português), que tem uma participação direta pela Caixa Geral de Depósitos."

A Cimpor é uma das 10 maiores produtoras de cimento do mundo, com forte presença no Brasil, onde é a quarta em capacidade, com seis fábricas para um total de 6,4 milhões de toneladas.

A Votorantim é líder na indústria brasileira de cimento, com participação de mercado ao redor de 40 por cento.

Sobre possíveis restrições antitruste no Brasil ao negócio no caso de a Votorantim se associar à Cimpor, Ermírio de Moraes disse não ter grandes preocupações.

"Se for alguma coisa que seja conflitante com a legislação local (brasileira), tem que se adaptar a isso. O Cade pode impor restrições, como já fez no passado. É normal, não temos grandes preocupações com isso", afirmou, referindo-se ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Investimentos

Na reunião com Lula, Ermírio de Moraes apresentou o plano de investimentos do grupo Votorantim.

O valor orçado para o período de 2007 a 2011 foi elevado de 26 bilhões para 30 bilhões de reais. Desse montante, 20 bilhões de reais foram investidos nos últimos três anos. Em 2010, os investimentos do grupo somarão 4,5 bilhões de reais.

"O Brasil vive uma fase muito boa no mercado interno, principalmente por construção civil. Cimento e aços longos são as nossas prioridades para os próximos anos", afirmou.

O negócio de celulose continua estratégico, mas o mercado ainda não está totalmente recuperado da crise econômica global, conforme o executivo. O projeto mais maduro, nessa área, é a duplicação da Veracel, joint-venture na Bahia com a Stora Enso.

A Votorantim é controladora da Fibria, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto e resultante da união de VCP e Aracruz.

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