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O Citigroup está em fase inicial do processo de venda e começa agora a transferência das operações para o Citi Holdings, unidade onde são alocadas as operações que a instituição pretende vender | JUSTIN SULLIVAN/AFP
O Citigroup está em fase inicial do processo de venda e começa agora a transferência das operações para o Citi Holdings, unidade onde são alocadas as operações que a instituição pretende vender| Foto: JUSTIN SULLIVAN/AFP

A venda da operação de varejo do Citi no Brasil, anunciada na semana passada pelo banco americano, já abriu uma disputa no mercado. O presidente da corretora XP Investimentos, Guilherme Benchimol, disse na segunda-feira (22) que é um dos interessados. Fontes de mercado afirmam que o espanhol Santander, que no ano passado desistiu de comprar o HSBC, estaria de olho nas agências no Brasil e nas operações da Argentina e da Colômbia, também colocadas à venda.

Benchimol diz que o anúncio do Citi coincidiu com a decisão dos sócios de dar andamento a um projeto de quase três anos de criação de um banco virtual. “Faria todo o sentido para nós agora. Um passo relevante para nossa estratégia”, disse. “Vamos nos aproximar por meio de nossos sócios estrangeiros, que são muito capitalizados”, informou, lembrando que as conversas ainda não foram iniciadas.

O Citigroup está em fase inicial desse processo de venda, ou seja, começa agora a transferência dessas operações para o Citi Holdings, unidade onde são alocadas as operações que a instituição pretende vender. A expectativa do banco norte-americano é que o processo de venda esteja concluído até o fim do ano.

A XP é controlada por sócios executivos, que têm 57% de participação na corretora, tendo Benchimol como maior acionista, seguido por Julio Capua, o executivo-chefe operacional. Os 43% restantes estão com o fundo de private equity General Atlantic, detentor de uma fatia de 33%, e com o fundo Actis (10%).

Dentro dos 33% da General Atlantic, participam a gestora Dynamo e o empresário Carlos Alberto Sicupira. A empresa começou sua expansão em 2010, com a distribuição de fundos de investimento e outros produtos financeiros em um modelo que ficou conhecido como “shopping de investimento”, seguido por outras corretoras.

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Com R$ 30 bilhões em ativos e 110 mil clientes, a XP registrou, no ano passado, R$ 700 milhões em receitas (crescimento de 40% em relação ao ano anterior) e lucro de R$ 140 milhões (o que representa alta de 225% na comparação com 2014).

Disputa

Para ganhar a briga pelas agências do Citi no Brasil, a corretora de Benchimol terá de enfrentar um competir de peso: o espanhol Santander. O banco deve se envolver em uma eventual negociação desde que, financeiramente, a compra faça sentido. No ano passado, o banco espanhol desistiu da aquisição do HSBC, que foi levado pelo Bradesco por US$ 5,2 bilhões.

Dessa vez, o interesse da instituição se estende às operações da Argentina e da Colômbia, das quais o Citi também está se desfazendo.

O Santander Río é o maior banco privado da Argentina em depósitos e crédito, atrás apenas do Banco de la Nación, que é público. Na Colômbia, os espanhóis possuem apenas operações de atacado, já que em 2011 decidiram vender as agências porque a operação de varejo não tinha escala suficiente para ser rentável.

João Augusto Salles, economista e analista de bancos da Lopes Filho Consultoria, avalia que o Santander teria interesse maior na carteira brasileira do Citi do que na Argentina ou Colombiana. “Estrategicamente, o Brasil é o principal mercado para o Santander”, disse.

Além disso, o banco espanhol tem, comparativamente, capacidade financeira superior à do Itaú, que aparece como outro forte concorrente numa eventual disputa pelos ativos de varejo do Citi. “O Itaú tem uma posição de caixa robusta, mas o Santander estaria mais confortável em ingressar numa aquisição como essa, dado que tem muito fôlego financeiro e está menos alavancado”, disse.

O Bradesco, que ano passado venceu a concorrência pelo HSBC, não tem interesse, conforme fontes. O banco, no momento, está focado em ter a transação com o HSBC aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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