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Há exatamente um ano, o gigante das buscas Google confirmou a compra do site de vídeos YouTube, criado em fevereiro de 2005 pelos jovens Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim. E desde que anunciou a aquisição mais cara de sua história (US$ 1,65 bilhão), o Google apostou em alternativas para que o YouTube mantivesse o título que garantiu sua compra: o da página de vídeos mais popular da web.

Enquanto se concentrou nessa missão, o site de vídeos criou novas áreas, ganhou versões locais e também realizou concursos e eventos que atraíram a atenção de milhões de internautas. Durante o período, as ações subiram, assim como o valor de mercado da empresa. Por outro lado, a companhia também enfrentou obstáculos. Entre eles, o bloqueio do YouTube no Brasil, na Tailândia e na Turquia, além de processos de companhias que não querem seu conteúdo disponível gratuitamente na web.

Nesse último ano, uma das principais estratégias para a página manter sua audiência e ainda ganhar mercado foi a criação das versões locais. Com isso, o serviço ganhou em meados de junho versões específicas para o Brasil, Espanha, França, Irlanda, Itália, Japão, Holanda, Polônia e Reino Unido. O que muda, nesses casos, é o destaque dado aos arquivos locais e a língua oficial de cada página. O conteúdo é o mesmo para todas as versões.

A localização dos serviços foi considerada importante o bastante para que Hurley e Chen, os dois jovens milionários que ainda trabalham no YouTube (e agora são funcionários do Google), realizassem diversas teleconferências para anunciar a novidade aos países contemplados. Na ocasião, Chen afirmou que esse tipo de adaptação preenchia uma lacuna criada pela língua. "Desde o começo, víamos com atenção esses outros países, mas era difícil "globalizar" o serviço por causa da necessidade de tradução."

Nos últimos meses, a página também passou a oferecer diversos canais exclusivos sobre os mais variados assuntos – eles vão desde a novela adolescente "Malhação" a uma campanha para encontrar crianças desaparecidas, entre muitos outros exemplos.

Outros marcos do YouTube registrados depois da "era Google" foram a realização de um concurso de curtas-metragens, o debate presidencial nos EUA com participação dos usuários do site, o concurso dos melhores vídeos on-line e também a migração do serviço para telefones celulares.

Negócios

Assim como faz com os diversos serviços que oferece -- como o de buscas e a rede social Orkut --, o Google passou a oferecer anúncios espaço para anúncios no YouTube.

Não há dados sobre quanto a página de vídeos contribuiu para isso, mas fato é que as ações do Google valorizaram 42% – foram de US$ 429 em 9 de outubro de 2006 para US$ 609,62 no pregão desta segunda-feira (8). O mesmo aconteceu com o valor de mercado do Google, que durante o período foi de US$ 132 bilhões para US$ 190,2 bilhões, segundo a bolsa de tecnologia Nasdaq. O processo de aquisição do site de vídeos foi concluído no dia 13 de novembro do ano passado.

Na hora de lucrar, a estratégia das versões locais também pode ter sido positiva, pois criou um ambiente mais apropriado para os anúncios. "A localização aumenta a relevância do ponto de vista do usuário e também dos anunciantes. Ao comprar uma campanha de links patrocinados em português, na página para brasileiros, os anunciantes têm mais chances de atingir seu público-alvo", afirmou Alexandre Hohagen, diretor geral do Google Brasil, durante o lançamento da versão local.

Disputas

Apesar dos resultados financeiros positivos e novos serviços, o YouTube também enfrentou obstáculos no último ano. Principalmente quando se trata de direitos autorais e veiculação de conteúdo não-autorizado -- no Brasil, o vídeo da modelo e apresentadora Daniella Cicarelli tirou a página do ar em janeiro de 2007. A página também chegou a ser bloqueada na Turquia e Tailândia por supostas ofensas contra líderes locais.

Diversas empresas ameaçaram ou chegaram a abrir processos contra o Google por conta da veiculação de arquivos protegidos por direitos autorais. Em março de 2007, por exemplo, o conglomerado de mídia Viacom anunciou ter aberto um processo contra o Google, pedindo US$ 1 bilhão pela infração das leis. Na época, havia cerca de 160 mil arquivos de vídeos da Viacom na página de vídeos – o material, alegava a Viacom, teria sido visto mais de 1,5 bilhão de vezes.

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