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A Viacom, conglomerado de mídia que possui MTV, Nickelodeon, DreamWorks e Paramount na sua lista de empresas, resolveu atacar o Google e sua filial de vídeos YouTube ao entrar com uma ação na Justiça nova-iorquina. O motivo: "violação em massa e intencional de direitos autorais". O pedido de indenização: US$ 1 bilhão.

O processo judicial é o capítulo mais recente de uma disputa que começou a se desenrolar há pouco mais de um mês. Em fevereiro, a Viacom exigiu que o YouTube retirasse do ar mais de 100 mil trechos de seus programas de TV que haviam sido postados no site por milhares de usuários. Sucessos televisivos mundiais como The Daily Show with Jon Stewart e os desenhos animados South Park e Bob Esponja fazem parte desse pacote.

O Google, que comprou o YouTube no ano passado por US$ 1,65 bilhão, bem que tentou retirar do ar os clipes em questão, mas a tarefa – como tudo o que diz respeito a conteúdo gerado por internautas – se mostrou impraticável.

Segundo o grupo de mídia, cerca de 160 mil vídeos não autorizados foram vistos mais de 1,5 bilhão de vezes por usuários do YouTube, ferindo seus direitos autorais. A sustentação do processo alega que o acesso dos vídeos pelo portal do Google priva as afiliadas da Viacom da receita com publicidade veiculada no site. Esses anúncios, mesmo que inadvertidamente, estariam associados a conteúdo produzido pelo grupo de mídia.

Com a palavra, a própria Viacom: "O YouTube é uma empresa que obtém lucros significativos explorando a devoção que as pessoas têm pelo trabalho criativo de terceiros. Sua controladora, o Google, fatura com esse modelo de negócios ilegal, baseado na geração audiência e na venda de anúncios sobre um conteúdo sem licença", declarou.

O processo vai contra os planos do Google de tornar o YouTube um veículo que gere publicidade, mas não se pode dizer que ele era inesperado. Com uma empresa rica (o Google) sustentando o portal de vídeos, muitos analistas foram rápidos ao alertar sobre os questionamentos legais e pedidos de indenização que se aproveitariam do funcionamento do serviço. Até agora, os californianos vinham se dando bem, estabelecendo acordos com produtores e marcas, como o canal BBC e o clube de futebol Chelsea, na Inglaterra, e a liga de basquete NBA, nos Estados Unidos. Todos eles terão seus próprios canais dentro do YouTube. A Viacom, por sua vez, alega que não chegou a um acordo satisfatório.

É preciso lembrar, entretanto, que a Viacom está prestes a se tornar um concorrente do Google na área de vídeos pela web. Além de tentar atrair espectadores para sites próprios, como o MTV Flux, o conglomerado usará o Joost, ferramenta de distribuição de vídeos desenvolvida pelos criadores do Skype e do Kazaa, para distribuir seu conteúdo.

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