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Alunas meninas foram as últimas a serem avisadas sobre a presença de garotos nos banheiros femininos.
Alunas meninas foram as últimas a serem avisadas sobre a presença de garotos nos banheiros femininos.| Foto:

Há pelo menos 787 alunos na Honesdale High School da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mas apenas um deles parecia estar sabendo de uma grande mudança nas regras da escola. Os outros a descobriram da maneira mais traumática possível – quando as meninas entraram no vestiário das mulheres e encontraram um jovem rapaz com roupas íntimas femininas.

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Para uma estudante de 15 anos, a situação era aterrorizante. “Foi no primeiro horário e eu havia chegado da aula de educação física. Eu entrei no vestiário com todas as minhas amigas e, enquanto eu estava vestindo minhas calças, ouvi uma voz masculina. Então eu me virei e ele estava lá, parado no outro lado do corredor, olhando para mim. Eu olhei para baixo, notei que ele estava usando calcinha e percebi o que havia por baixo dela”, conta.

Quando o garoto a encarou de volta – e a todo o grupo de meninas parcialmente vestidas –, ela ficou horrorizada. Ao chegar em casa naquela tarde, a aluna contou a seus pais o que havia acontecido. Acontece que os estudantes não foram os únicos que não haviam sido notificados sobre a nova política. Ainda em estado de choque, os pais da aluna ligaram para o diretor e para o superintendente do condado de Wayne.

Nenhum dos dois foi particularmente solidário com o que as meninas vivenciaram. A prova disso é que se recusaram a levantar um único dedo para ajudar. A única opção das garotas seria esperar do lado de fora do vestiário – um local, em teoria, destinado justamente a elas – até que o garoto do lado de dentro tivesse terminado de se arrumar.

Para a advogada Andrea Shaw, isso é completamente injusto. Basicamente, a escola está punindo as meninas por quererem usar seu próprio espaço. “A única solução para minha cliente era que ela esperasse do lado de fora do vestiário até que a pessoa do sexo oposto terminasse de se trocar. Tendo esperado, ela se atrasou para a aula de ginástica e também para a aula do segundo horário”, disse Shaw. “A solução deixou claro que eles assumiram que minha cliente é que era o problema”.

Indiferença

Um pouco mais ao Sul, em Boyertown, Alexis Lightcap se deparou com a mesma situação. Ninguém avisou as meninas sobre os garotos que elas encontrariam em seus banheiros e vestiários. E a diretoria da escola também se mostrou indiferente quando as meninas se queixaram disso. Assim como a aluna da Pensilvânia, Alexis achava que o trabalho dos adultos era proteger os alunos. Em vez disso, recebeu a mesma frieza dos administradores, que parecem estar mais preocupados em não parecer politicamente incorretos do que em proteger a privacidade de suas jovens.

Por causa disso, no entender de Shaw – que fez uma queixa formal ao Departamento de Educação dos Estados Unidos –, essas garotas estão sendo colocadas em uma posição bastante delicada. “Considerando o tratamento dado culturalmente às questões LGBT, ela [a sua cliente] tem que escolher entre a sua privacidade e o ostracismo”. Agora que o condado de Wayne está tomando o lado do garoto, as meninas estão “profundamente desconfortáveis” – e não apenas sua cliente.

Outras estudantes se negam a se trocar na frente de um menino (que se diz menina). Os pais estão preocupados com as viagens com o colégio que incluam pernoite – o menino ficará no mesmo quarto?

As jovens não estão usando o banheiro durante o horário escolar, pois estão aflitas com a possibilidade de topar com algum dos garotos de sua classe. Outras estão preocupadas com retaliação dos professores se elas mencionarem o quão desconfortáveis estão.

É irônico, então, que o distrito seja tão específico sobre seu código de vestimenta, argumenta Shaw. “Estudantes do sexo feminino não podem usar roupas apertadas, calças de lycra, elastano, meias-calças, blusas justas, tops que deixam a barriga de fora, vestidos ou saias curtos, shorts… No entanto, a escola não considera que mereça objeção permitir que um estudante do sexo masculino veja as meninas enquanto elas estão sem roupa, ou que as meninas possam ver os genitais masculinos de um estudante delineados sob roupas íntimas femininas”.

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"Assédio sexual"

O ponto principal de se ter banheiros e vestiários separados, continua ela, é “oferecer uma área para os indivíduos se vestirem e se despirem sem a presença de alguém do sexo oposto. Abrir banheiros e vestiários para membros do sexo oposto é assédio sexual”.

Infelizmente, os democratas do Congresso não pensam assim. Eles querem abrir quaisquer vestiários, chuveiros e banheiros para os homens sob a chamada Lei da Igualdade. O pai dessa garota não consegue aceitar isso. “Eu acho que nenhum pai gostaria que sua filha fosse exposta a qualquer coisa que seja, especialmente em uma idade tão jovem”.

Bem, o projeto de lei tem o apoio de 239 parlamentares. Eu me pergunto como eles se sentiriam se uma de suas filhas chegasse em casa chorando porque foi forçada a se despir na frente de um garoto adolescente?

“Esta não é uma questão partidária”, afirma Kristen Waggoner, da Alliance Defending Freedom. “As lésbicas feministas que discordam de mim sobre quase tudo concordam comigo neste ponto, mas foram caladas dentro de suas comunidades por insistirem que os espaços privados das mulheres são para as mulheres”.

“Todos nós podemos concordar que indivíduos com disforia de gênero merecem compaixão e dignidade, mas por maior que seja a autopercepção, isto não é o suficiente para tornar o homem uma mulher, nem mudar a realidade do que é ser uma mulher”, acrescentou Waggoner. “Minha privacidade, a privacidade da minha filha e a privacidade da minha mãe simplesmente não dependem do que um homem pensa sobre seu gênero”.

Tradução de Giovani Domiciano Formenton.

©2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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