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A saída do edifício transcorreu de forma tranquila e foi acompanhada pela imprensa | Felipe Rosa / Gazeta do Povo
A saída do edifício transcorreu de forma tranquila e foi acompanhada pela imprensa| Foto: Felipe Rosa / Gazeta do Povo
  • Decisão pela desocupação foi tomada na manhã desta sexta-feira (20), em assembleia com cerca de 150 estudantes

Os estudantes que ocupavam há 17 dias o prédio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) liberaram o espaço no início da tarde desta sexta-feira (20). A decisão foi tomada pela manhã, durante uma assembleia com quase 200 universitários. A saída do edifício transcorreu de forma tranquila.

Em seguida à desocupação, representantes da UFPR e do comitê de ética dos ocupantes percorreram juntos os espaços do edifício para verificar se houve prejuízos ao patrimônio. A vistoria conjunta identificou apenas pequenos danos – como o desaparecimento de algumas chaves da copa, fechaduras arrombadas e mesas manchadas. A UFPR confirmou que a Reitoria não punirá academicamente ou judicialmente os alunos envolvidos no ato.

O percurso terminou com uma reunião entre os estudantes e os responsáveis na universidade por discutir a pauta de reivindicação dos alunos. Durante o encontro, foram determinados os novos critérios para as negociações, que serão retomadas na próxima terça-feira (24), às 10 horas.

Histórico

O prédio da Reitoria foi ocupado por estudantes do Comando de Greve da UFPR em 3 de julho. Como justificativa do ato, os ocupantes alegaram que a direção da UFPR não queria negociar reivindicações específicas dos discentes para melhores condições de ensino. Do outro lado, a instituição argumentou que a ocupação foi feita durante uma reunião de negociação da pauta apresentada pelos alunos – a quinta contando outras realizadas em semanas anteriores –, interrompendo assim, de forma unilateral a discussão.

Entre as reivindicações do grupo estão mais bolsas e acesso gratuito a cursos de línguas para todos os alunos. Por outro lado, segundo a comissão da universidade, a invasão – e a proibição do ingresso dos servidores – implicou na paralisação de processos e na falta de pagamento aos fornecedores, por interromper o trabalho da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, Departamento de Contabilidade e Finanças, Procuradoria da República, Assessoria de Relações Internacionais e Secretaria dos Órgãos Colegiados, que funcionam no edifício ocupado.

O processo de desocupação começou na terça-feira (17), quando a UFPR ameaçou responsabilizar judicialmente os alunos pelos prejuízos causados pela ocupação. Na quinta-feira, após nova reunião, o grupo prometeu debater o assunto na assembleia desta sexta, que decidiu pela desocupação.

Para o reitor da universidade, Zaki Akel Sobrinho, venceu a democracia. "Foi um bom exercício de democracia, mostrando que a ruptura do diálogo e o uso da força não leva a nenhuma solução", declarou.

Os estudantes, por outro lado, acreditam que a ocupação saiu "vitoriosa". "O processo da ocupação conseguiu trazer visibilidade para as reivindicações dos professores técnicos, professores e servidores", disse a estudante Ana Paula Cigerza.

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