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A ONG de Fátima Martins precisa de mais organização, segundo a análise dos estudantes | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
A ONG de Fátima Martins precisa de mais organização, segundo a análise dos estudantes| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
  • Ismael Garra Migretti Junior e Jéssica Salesbrão participaram da atividade de consultoria feita por alunos da PUCPR

A carreira de pedagoga de Fátima Martins, 48 anos, foi interrompida há cinco anos, quando ela foi afastada do emprego por causa de um problema grave na coluna. Apesar da reviravolta, desde então, o trabalho só aumentou. Depois de se recuperar, Fátima se envolveu mais com a sua ONG, o Clube de Mães do Bairro Mercês, de Curitiba. Apesar de contar com cerca de 500 voluntários, apenas 100 são atuantes e somente Fátima atende pessoalmente quem solicita a ajuda da entidade, que funciona na casa dela.

"Tem dias que não recebo ninguém. Em outros, atendo 15 pessoas. Elas vêm na hora do almoço, meia-noite, ligam quando estou no banho. Quando me procuram, eu ajudo, seja para orientar em um processo de separação, de aposentadoria ou para ajudar algum doente", conta. A rotina intensa da ONG deve mudar a partir dos próximos meses. Esse é um dos pontos que precisam ser aprimorados, segundo um estudo feito por alunos do 4º ano de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Trabalho conjunto

Durante o primeiro semestre deste ano, a turma liderada pelo professor de Planejamento e Desenvolvimento Estratégico Rony Ahlfeldt avaliou seis ONGs da capital e propôs novos caminhos de gestão a elas. As ONGs foram escolhidas entre as cadastradas no projeto Serviços e Cidadania, do Instituto GRPCOM. Segundo a estudante Jéssica Salesbrão, 21 anos, que estava no grupo que fez a avaliação do Clube de Mães, uma das prioridades é alterar o local da sede ou reorganizar o horário de funcionamento. "Na ONG, tem todo tipo de gente entrando toda hora e a estratégia de organização é precária. A princípio, sugerimos um foco melhor definido para os atendimentos e uma placa com a hora de abertura e fechamento para que a responsável não fique o tempo todo disponível", comenta.

Além do auxílio prestado às organizações, que contaram com a consultoria dos estudantes e do professor sem nenhum custo, o projeto traz um ganho significativo aos estudantes, que puderam se aproximar de um importante nicho de mercado. "Foi uma quebra de paradigma. A maioria achava que organizações sem fins lucrativos eram uma coisa de caridade e agora perceberam que é um importante espaço para gestão. Elas precisam de direcionamento e devem se posicionar para não dar tiro para todo lado", conta Ahlfeldt.

Oportunidade de crescerem juntos

Depois de apresentar os resultados da consultoria às ONGs, os estudantes passaram a trabalhar diretamente com elas. "A experiência foi assertiva, pois, além de auxiliarmos as ONGs, vivenciamos na prática os conceitos teóricos e exercitamos a cidadania", conta José Augusto da Silva Freitas, 21 anos, que estava no grupo que atendeu a União de Pais Pelo Autismo (Uppa). Para a presidente da Uppa, Denize Hoshino, as sugestões dos estudantes vieram em boa hora, quando a ONG está passando por reestruturações de pessoal e de atuação. "Vamos melhorar a comunicação entre os membros e, assim, todos podem sentir que estão mesmo ajudando a associação", conta.

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