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Especialistas consultados pela Gazeta do Povo acreditam que a política de indicadores não ajudou, até agora, a educação do Brasil a dar um salto de qualidade. "O Saeb é aplicado há muito tempo e aponta sempre os mesmos resultados, que não indicam melhora. Para que está servindo a avaliação? Para mostrar a cada dois anos que os problemas são os mesmos", lamenta o professor Carlos Alberto Faraco, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A coordenadora de Pedagogia na Unicamp, Maria Márcia Sigrist Malavasi, relata que o Brasil entrou na onda dos processos avaliativos no período pós-regime militar, principalmente depois que começou a participar de avaliações internacionais e descobriu péssimos resultados. "Foi um momento muito bom, apesar de ter sido desgastante, desagradável", recorda. Segundo a professora, o problema é que os resultados nunca foram usados em benefício das instituições e dos alunos. Servem, em algumas situações, só para alimentar a concorrência no sistema privado. "O exame não pode servir apenas para classificar. Deve ser um definidor de políticas públicas. Não deve servir a um modelo de desresponsabilização do estado, que mede e culpa a escola pelo resultado ruim", declara.

A secretária municipal de Educação em Ponta Grossa, Zélia Marocchi, defende a política de indicadores como uma forma de prestar contas à sociedade sobre os investimentos públicos. "É uma questão de responsabilidade social", diz. Contudo, ela defende a necessidade de ponderação para que as avaliações não sirvam como método de premiar e punir. "Não sei se já chegamos a um ponto ideal de avaliação, mas estamos caminhando nesse sentido. Nada isoladamente dá conta de melhorar a qualidade, já que a educação se dá num processo muito complexo. Porém, os indicadores, que ainda precisam de ajustes, nos auxiliam. Mas é preciso cuidado para não punir quem na verdade precisa ser ajudado", diz. (KB)

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