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A professora Rosane do Rocio Avelar é a prova de que estar atenta à realidade de seus alunos pode provocar revoluções que ultrapassam os limites da escola. Se bem pensadas e executadas, elas são capazes de alterar comportamentos de toda uma comunidade.

Quando um freezer chegou à escola Rural Municipal Santa Letícia, no bairro Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, e um aluno do 5º ano pediu a caixa para brincar, Rosane observou. Nos dias que sucederam o acontecimento, ela notou ser cada dia maior o número de crianças que se reuniam nos intervalos em torno da estrutura, que, mesmo improvisada, tomou a forma de uma pequena banca de jornal. Revistinhas eram trocadas pelos alunos e a professora notou que o projeto Ler e Pensar tinha condições de participar da brincadeira. "Expliquei à turma que a banquinha poderia servir para brincar e guardar as edições antigas da Gazeta do Povo. A ideia foi aceita com entusiasmo e uma das alunas sugeriu que recortes de edições passadas fossem utilizados para decorar a estrutura", lembra.

O que parecia ir bem, de um dia para o outro, ficou ainda melhor. "Foi quando a sala precisou ser limpa que a banca parou no corredor. A curiosidade das crianças e dos professores contagiou. Alguns alunos pegaram o jornal, sentaram-se e começaram a ler. A partir daquele dia, passamos a tirar a estrutura da sala toda semana, proporcionando momentos de leitura à comunidade escolar e aos pais, que buscam os filhos no fim do dia", conta.

A inciativa fez tanto sucesso que, em menos de um ano, mobilizou mais de 130 alunos de sete turmas dos períodos da manhã e tarde, além de ser levada a crianças do ensino fundamental do CEMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), vizinho da Santa Letícia. Com elas, as dinâmicas propostas foram mais lúdicas, apenas com a intenção de aproximar o jornal da realidade dos pequenos.

Mudança de hábitos

A professora conta que a banca não só incentivou a leitura como alterou mentalidades. "Percebi que, antes da parceria com o Ler e Pensar, os alunos viam apenas os livros, e não o jornal, como fonte de informação. Essa realidade mudou, assim como a opinião de muitos pais, que disseram agora compreender o valor de utilizar o jornal em aula", conta.

Planos para o futuro

Rosane espera que a banca móvel evolua e continue provocando transformações. Segundo ela, um pai se sensibilizou e prometeu construir uma estrutura de PVC mais resistente em breve. "Esses dias, procurei por ele e até me ofereci para aprender a construir. Quero que o projeto cresça e melhore cada vez mais".

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