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Dezessete cursos de Medicina do país estão na mira do Ministério da Educação (MEC) após terem recebido notas 1 ou 2 no Exame Nacional de Cursos (Enade), o antigo Provão. Esses cursos foram submetidos pelo MEC a um processo de revisão iniciado em abril de 2008. Algumas faculdades tiveram que diminuir o número de vagas, e outras foram obrigadas a reestruturar os cursos. Três deles, da Universidade Iguaçu (Unig), campus de Itaperuna (no Noroeste fluminense), a Severino Sombra, de Vassouras, e Superior de Valença, também do interior fluminense, tiveram seu vestibular cancelado pelo MEC.

Entre os problemas detectados está o excesso de alunos por paciente, situação que impede um campo de prática adequado à formação dos médicos. Esta foi uma das principais razões da suspensão do vestibular da Unig-Itaperuna, onde os alunos se acotovelam num esforço para tentar aprender, mostra reportagem de Chico Otávio, publicada neste domingo pelo jornal "O Globo".

- As queixas dos pacientes são frequentes, principalmente de mulheres, que se sentem constrangidas de fazer um exame cercadas por cinco ou seis estudantes - diz a assistente social Maria das Graças Silva, secretária-executiva do Conselho Municipal de Saúde de Itaperuna.

O MEC precisou ir à Justiça para fazer valer sua decisão. A Unig ignorou a medida e, além de realizar o vestibular, convocou os cem candidatos aprovados para a matrícula. O processo só foi interrompido depois que o governo federal obteve liminar na 1ª Vara Federal da cidade, obrigando a Unig a suspender o início das aulas, previsto para esta segunda-feira. Para o MEC, a estrutura oferecida pela escola não suporta os 850 alunos que pagam mensalidade de creca de R$ 2,5 mil. Há 12 anos, quando foi aberta na cidade, a Unig oferecia 50 vagas por semestre, agora são 100.

A direção da Unig garante que os novos convênios firmados com hospitais atendem à demanda, apesar do desempenho obtido no último Enade, no qual a Unig teve conceito 1.

- Os alunos saíram de uma festa rave e foram direto para a prova - disse o reitor da Unig, Júlio César Silva, para explicar o resultado.

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