• Carregando...
Betina começou a fazer balé clássicou, mas depois decidiu fazer dança flamenca | Antonio Costa / Gazeta do Povo
Betina começou a fazer balé clássicou, mas depois decidiu fazer dança flamenca| Foto: Antonio Costa / Gazeta do Povo

Serviço

Colocar os filhos em cursos de dança, música ou futebol nem sempre exige grandes investimentos. Universidades públicas e prefeituras costumam oferecer várias atividades gratuitas ou mais em conta do que na rede particular. Conheça algumas opções ofertadas na capital paranaense:

UTFPR

Coral

Horários: segundas e quartas, das 17h30 às 19 h

Idade: a partir dos 14 anos

Inscrições: até 18 de março

Taxa: sem custo

Mais informações: 3310-4822

Oficina de Iniciação Musical

Horários: quartas, das 10h20 às 12 h

Idade: a partir dos 14 anos

Inscrições: até 18 de março

Taxa: R$ 35

Mais informações: 3310-4822

Oficina de Dança de Rua

Horários: terças e quintas, das 14h15 às 15h30

Idade: A partir dos 14 anos

Inscrições: Até 18 de março

Taxa: R$ 35

Mais informações: 3310-4822

Oficina de Malabares

Horários: sábados, das 10h às 12h

Idade: a partir dos 14 anos

Inscrições: até 18 de março

Taxa: sem custo

Mais informações: 3310-4822

Natação

Horários: vários horários (duas vezes ou três vezes por semana)

Idade: a partir dos 14 anos

Inscrições: para o primeiro semestre, já foram encerradas. Para o segundo semestre, no mês de junho

Taxa: semestralidade de R$ 160 (2x na semana) e R$ 230 (3x na semana)

Mais informações: 3310-4613

Oficina de Teatro

Horários: terças e quintas, das 13h30 às 15 h

Idade: a partir dos 15 anos

Inscrições: até 18 de março

Taxa: R$ 35

Mais informações: 3310-4822

UFPR

Curso de Iniciação Musical

Horários: segundas e quartas, das 15 h às 17 h

Idade: 7 a 14 anos (preferência para crianças de escolas públicas)

Inscrições: até quando houver vagas. As aulas começaram nesta segunda-feira (14 de março)

Informações: 3310-2742

Fundação Cultural de Curitiba

Teatro Infantil - Regional Santa Felicidade

Horários: sábados, das 10h30 às 12 h

Idade: 7 a 13 anos

Inscrições: abertas

Mensalidade: R$ 35

Informações: 3213-7500

Mangá - Regional Bairro Novo

Horários: quartas (das 10 h às 11h30, das 14 h às 15h30, e das 15h30 às 17 h)

Idade: a partir de 7 anos

Mensalidade: R$ 35

Informações: 3213-7500

Pais também devem se comprometer

O comprometimento com as atividades extracurriculares deve vir também dos pais. Segundo a psicopedagoga Jocian Machado Bueno, é importante que o curso caiba na logística da família, que precisa arrumar tempo para levar e buscar as crianças. "A família só deve oferecer uma atividade ao estudante se puder cumprir o compromisso. Às vezes o pai muda de trabalho e a primeira coisa que abandona é o sonho do filho", alerta.

Segundo o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares do Colégio Marista Paranaense, Fernando Knaipp Junior, alguns pais matriculam o filho em atividades de que ele não gosta apenas porque o curso é ofertado em um horário cômodo para a família. "Procuramos orientar os pais para que, dentro de sua disponibilidade de horário, deixem a criança fazer a opção", diz.

Matricular a criança em várias atividades apenas para que ela não fique sozinha em casa também pode ter efeito negativo. "Na adolescência, a criança pode não querer fazer mais nada, porque a recordação que tem não é nada prazerosa, Já ouvi de um adolescente que as atividades o lembravam de que o pai não tinha tempo para ele", afirma.

Outra situação comum é o pai projetar um desejo que é seu no filho. Hoje, Juliana Milward Diório tem 25 anos, mas na infância enfrentou problemas com a mãe e o balé. Liane de Macedo Milward conta que todos os pais colocavam as filhas no curso, por isso sugeriu a dança para a filha.

No início, Juliana concordou, mas com o tempo percebeu que não levava mesmo jeito para a atividade. "Um dia ela me perguntou se eu gostava de balé. Eu disse que achava lindo e ela me respondeu: então porque você não faz? Naquele dia não tive mais como mandá-la para as aulas", diz. Julaina ainda tentou outras modalidades de dança, como street dance e sapateado, mas na adolescência abandonou a atividade por completo.

Juliana Mejia tem apenas 12 anos, mas já estudou xadrez, teatro, vôlei, natação e Kumon. Quer dizer: já começou a estudar. De todas as atividades, apenas a última foi feita sem interrupções, mais por vontade da mãe, a psicóloga Ivanise Salvador Mejia, 39 anos, do que por um desejo da filha. "Ela faz Kumon há três anos, tem afinidade enorme com a professora e mesmo assim pensou várias vezes em desistir. Eu é que não deixo", conta. Segundo professores e pedagogos, as crianças têm todo o direito de não gostar de um curso que começaram. Com a ajuda dos pais, entretanto, a continuidade das atividades realizadas fora da escola podem ensinar lições de comprometimento e responsabilidade.Um dos passos determinantes para a manutenção ou não em uma atividade é haver concordância entre o que querem os pais e o que deseja o filho, explica a psicopedagoga Jocian Machado Bueno, professora do curso de Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). "O curso tem de estar de acordo com a personalidade da criança", afirma. Por outro lado, ela diz que estudantes com até 10 anos de idade normalmente não apresentam discernimento suficiente para escolher. A família, nesses casos, pode sugerir a atividade. "Nessa faixa etária a criança ainda é muito insegura com relação às suas escolhas. Os pais devem fazer uma peneirada, extraindo tipos de atividades que tenham a ver com o perfil do filho. Podem dar duas ou três opções", recomenda.

Professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Uni­­versidade Católica do Paraná (PUCPR) e doutoranda em Educação, Maria Silvia Bacila Winkeler destaca que nem todas as decisões dependem da vontade dos filhos, porque algumas atividades atendem às exigências atuais do mercado de trabalho ou são importantes para a saúde da criança. "Ela tem de entender a importância de uma língua estrangeira, por exemplo. Os pais precisam usar argumentos para que a proposta seja acordada", afirma.

A professora diz que os pais podem até permitir que o filho abandone um curso de dança ou futebol, desde que investiguem antes a causa do desinteresse e que a desistência não se torne uma conduta habitual. Em sua avaliação, o estudante deve frequentar as aulas por pelo menos um semestre, em média, para que perceba com clareza se tem afinidade com a área. A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, sugere que os pais estipulem prazos antes do início da atividade. Para que a criança crie compromisso com a escolha, a família pode determinar que ela faça no mínimo seis meses ou um ano de curso. "A criança deve entender que a escolha precisa ser mais bem pensada. Ela não pode escolher uma coisa hoje e amanhã não querer mais", afirma.

Para as professoras, outra dica importante antes de bater o martelo é levar o filho para uma aula experimental. O teste serve para que o estudante compreenda a dinâmica do curso e para que os pais verifiquem se o professor e a escola atendem às suas expectativas.

Motivos da desistência

Depois de iniciado o curso, é fundamental que os pais acompanhem o desempenho dos filhos e conversem com os professores, até para compreenderem os motivos da diminuição do interesse pela atividade. A criança pode querer abandonar as aulas porque brigou com os colegas, porque um amigo deixou as aulas, porque está sobrecarregada ou por não querer enfrentar as exigências do curso. "Normalmente crianças são seduzidas por parte da atividade, pelo produto final, como sair falando inglês ou fazer uma apresentação de dança. Os pais devem explicar que levará tempo para o filho conquistar as coisas", afirma Jocian. Outra possibilidade que explica a desistência é o estudante ter sido colocado em um grupo muito avançado para sua idade ou formação.

Mãe de Betina Paixão, 8 anos, Raquel Alves, 32, conta que a filha fez balé clássico dos 3 aos 5 anos, mas desistiu porque não avançava para as fases seguintes. "Eu fiz dois anos de flamenco e a Betina acompanhava algumas aulas. Quando ela tinha 7 anos, disse que queria aprender aquela dança em que os bailarinos mexem as mãos", conta, referindo-se a um dos movimentos básicos da dança flamenca. Com a ajuda da atual professora, Raquel diz que a filha se sente cada vez mais estimulada. "A professora sentiu que ela tinha bastante facilidade, por isso passou a convidá-la para participar de algumas aulas mais avançadas", diz.

A causa do desestímulo também pode ser bem mais séria, como percebeu a psicóloga Ivanise Mejia. Ao avaliar as atitudes da filha Juliana, ela descobriu que a menina apresenta Transtorno do Déficit de Atenção (TDA), distúrbio caracterizado por atitudes repetitivas de desatenção, inquietude e impulsividade. Segundo Ivanise, hoje a filha está medicada e melhorou consideravelmente.

* * * * *

Interatividade

Seu filho tem dificuldade em continuar atividades extracurriculares? Como você lida com a situação?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]