Diversidade racial em debate

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Obrigatório desde 2003, o ensino de cultura africana e afro-brasileira deve fazer parte dos currículos de todas as escolas, particulares ou públicas. No Colégio Estadual Lúcia Bastos, o conteúdo é trabalhado pela professora de História Lucilene Aparecida Soares a partir de dinâmicas de grupo e espaços para reflexão. O objetivo é incentivar os estudantes da 7.ª série a falar o que pensam sobre o continente e, a partir disso, compreender os conteúdos.

"Parto sempre de um senso comum, de ideias que eles formam a partir de informações da televisão e de adultos, e desconstruo estereótipos, mostrando a história do povo africano, suas contribuições e seu sofrimento", diz. Com a Copa do Mundo na África do Sul, a professora encontra ainda mais abertura para abordar o assunto.

Em uma das dinâmicas, chamada de "baile", Lucilene distribui figuras geométricas desenhadas em papel aos alunos, que devem formar grupos com símbolos iguais. Só depois que os estudantes encontram seus pares que a professora revela o personagem que cada uma das figuras representava: por exemplo, os quadrados representavam pessoas negras; os círculos, homossexuais; os triângulos, mulheres, e assim por diante. Com isso, Lucilene inicia um debate sobre como tratar as diferenças. "Quando encontramos um semelhante, tendemos a tratá-lo com respeito e solidariedade. A partir do momento que os alunos descobrem que o grupo representa personagens excluídos na sociedade, questiono a postura deles, pergunto se teriam a mesma receptividade se soubessem de quem se tratava", explica.

Segundo ela, a dinâmica ajuda na percepção e senso crítico. "Pela brincadeira, a criança se apropria do mundo. É mais fácil desconstruir os estereótipos, porque ela não se sente ofendida se dizemos que seu pensamento está equivocado."