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Carlos Alberto Faraco, professor de Língua Portuguesa da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR), fala com a experiência de quem participou da elaboração de uma prova para a rede nacional de ensino. "O problema não está em avaliar, mas em tomar esses indicadores em sentido absoluto, como se fossem verdades. Eles nos dão pistas, mas precisamos discutir pontos como a qualidade do teste, como os dados foram coletados, quem auditou esse processo. Por isso, não tomo um ranking como absoluto. Leio sempre com desconfiança", destaca.

O professor enfatiza que é preciso contextualizar a avaliação, considerando as circunstâncias, para não superestimar um número isolado. Uma escola que atende alunos com deficiência auditiva tirou a menor nota no último Ideb em Curitiba. Esse aspecto, defende Faraco, precisaria ser analisado e comparações com outras instituições precisariam ser evitadas. "Um aluno com nota baixa é um mau aluno? A tendência da resposta é ser afirmativa. Mas e se ele sempre tirou boas notas e agora, devido a algum problema, não se saiu bem em uma prova, ele ainda pode ser considerado um estudante com desempenho ruim? Não, nesse caso, o histórico pesa na ba­­lança", exemplifica a professora Helena Côrtes.

Apoio

Para a professora Mary Ângela Bran­­dalise, responsável pelo co­­missão de avaliação da Universi­dade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), é dever do governo apoiar as instituições que não conquistaram boas notas. "Não pode ser apenas a divulgação de um resultado. Precisa promover reflexões e mudanças", aponta. Ela também salienta que é necessário olhar para um índice e desvendar o que está por trás dele. (KB)

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