Educação ambiental em alta

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"Terra! És o mais bonito dos planetas, tão te maltratando por dinheiro..." O trecho da música "Sal da Terra", de Ronaldo Bastos e Beto Guedes, é antigo, de 1981 — mas soa atualíssimo diante de um mundo que vê seus recursos e belezas naturais praticamente se esgotarem.

Tema bastante debatido pela sociedade em geral, o Meio Ambiente vem ganhando seu merecido reconhecimento e destaque também na escola. A força verde das crianças não só representa a esperança de uma humanidade mais consciente no futuro, como também, desde já, é capaz de influenciar os hábitos do presente, a começar por mudanças efetivas em suas próprias casas.

Por isso, não foi à toa que o Projeto Ler e Pensar escolheu justamente a temática ambiental para trabalhar com os professores durante todo o primeiro semestre de 2011. "A educação ambiental precisa ser transformadora, crítica, provocar a formação da cidadania, mudar hábitos de consumo", resumiu Neusa Helena Rocha Barbosa, assessora técnica do Ministério da Educação (MEC), em reportagem recente de Maria Gizele da Silva, da sucursal de Ponta Grossa, da Gazeta do Povo.

Neusa tem razão. Até porque, as possibilidades de práticas educativas são inúmeras e não devem ficar restritas nem a datas comemorativas, nem a uma única disciplina; o trabalho pode – e deve – ser tão perene quanto interdisciplinar.

Neste sentido, os conteúdos publicados no jornal Gazeta do Povo são excelentes fontes para que o professor possa debater a questão ambiental em sala de aula. As reportagens permitem explorar os eixos dos conteúdos das disciplinas de Ciências e Biologia de maneira muito rica e significativa. Noções sobre o universo, a energia, a interferência do homem, os desequilíbrios ecológicos, são apenas alguns dos conteúdos que podem ser abordados na escola.

Além disso, os professores demonstram grande simpatia e afinidade pelo tema, até pela facilidade de associações possíveis com o currículo escolar. Muitos deles relatam a satisfação em ver as crianças puxando a orelha dos pais e de pessoas de seu convívio para reduzirem o tempo no banho ou não lavarem calçadas com água tratada.

Para a professora Alessandra Gaspar Lamb, da Escola Atuação, em Curitiba, o trabalho não se restringe apenas ao espaço escolar; pode ser complementado por atividades de campo, como acompanhar o percurso do Rio Belém, por exemplo. "As crianças ficaram surpresas em verificar a quantidade de esgoto que é despejado no rio", conta. Segundo ela, desta maneira a criança consegue perceber melhor o seu entorno, o que facilita que se sinta parte integrante do meio.

Outras razões

A utilização da temática ambiental pelo Ler e Pensar também mostra a sintonia do projeto com assuntos em debate nos âmbitos local, nacional e internacional.

No Paraná, o projeto Águas do Amanhã tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e instigar a população do estado para uma agenda comum de conservação, tendo como foco a gestão e utilização responsável dos recursos hídricos da região, em especial a bacia do Alto Iguaçu.

No âmbito nacional, a Campanha da Fraternidade 2011, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também trata do Meio Ambiente. Com o tema "Frater-nidade e a Vida no Planeta", a iniciativa visa promover a reflexão sobre a questão ecológica, com foco nas mudanças climáticas.

Já no plano internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas; e o objetivo 7 dos Objetivos do Milênio (ODM) – "Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente" – propõe a consciência ambiental como parte do nosso dia-a-dia, de forma que estejamos atentos para problemas como o desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo.

Todas as ações são positivas e é por isso que o Ler e Pensar entende ser fundamental o trabalho junto às escolas. Como diz a música, apenas somando esforços é que podemos ter resultados muito melhores e um planeta mais sustentável: "... Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois. Prá melhor juntar as nossas forças, é só repartir melhor o pão, recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois..."