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Pesquisa

Em 2004, apenas 8,5% dos isentos da taxa passaram no vestibular da Unioeste

Trabalho de acadêmica traça perfil de candidatos que não pagaram inscrição

Uma pesquisa concluída neste ano tentou traçar um perfil socioeconômico dos candidatos isentos da taxa de inscrição do vestibular 2004 da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). O trabalho foi realizado pela pela estudante Jussara Margarida Wammes como monografia do curso de especialização em Gestão Pública, da própria instituição.

A pós-graduanda verificou que das 2.746 solicitações de isenção, apenas 1.303 enquadraram-se nos critérios para não pagar a taxa do vestibular. Destes, apenas 111 (8,52%) efetivamente ingressaram nos cursos da Unioeste.

Perfil

Ao analisar as condições destes candidatos isentos da taxa que passaram no vestibular, Wammes descobriu que cerca de 70% são mulheres. Com relação à faixa etária, a maior parte encontra-se entre 16 a 20 anos, um percentual de 55%. Em segundo lugar vem a faixa etária que vai de 21 a 25 anos, somando 24%.

A acadêmica também verificou que a maior parte dos candidatos, ou 85%, corresponde aos solteiros e apenas 15% identificaram-se como casados. Em relação ao mercado de trabalho, 62% informaram que estão desempregados contra 38% que afirmaram estar trabalhando. A cidade com o maior número de candidatos desempregados é Cascavel, seguida por Foz do Iguaçu.

Em relação ao estudo, a maioria deles, 103 dos 111 candidatos, ou 93% do total, informaram que não fizeram cursinho pré-vestibular.

Outros dados analisados apontaram que 23% dos candidatos possuem uma renda entre R$ 361 a R$ 480, enquanto outros 22% possuem renda entre R$ 241 a R$ 360 e 18% entre R$ 121 e R$ 240, salários mínimos no ano de 2003. Os demais percentuais distribuem-se em faixas salariais mais elevadas, sendo que apenas 2% informaram renda superior a R$ 720.

Conclusão

A partir dos dados analisados, Jussara Wammes, avalia que a situação de carência socioeconômica dos sujeitos da pesquisa reflete o processo de pauperização das famílias brasileiras. Para ela, os programas de ajuda governamentais aglutinam as necessidades em torno de objetivos imediatos, sem proporcionar espaços para o crescimento de uma compreensão crítica e de uma ação transformadora da realidade social, através de políticas econômicas efetivas de erradicação da pobreza.

"No que diz respeito ao acesso à educação superior, a relação pobreza e exclusão social implica na inacessibilidade, por parte da população, na maioria, jovem, aos meios acadêmicos universitários, haja vista que a precariedade da educação formal na rede básica de ensino fundamental e médio das escolas públicas também contribui para essa inacessibilidade", diz Wammes.

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