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Calouros do curso de História da UFPI foram intimados a gritar mensagem de ódio ao presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Youtube
Calouros do curso de História da UFPI foram intimados a gritar mensagem de ódio ao presidente Jair Bolsonaro| Foto: Reprodução/Youtube

Em uma recepção aos calouros do curso de História da Universidade Federal do Piauí (UFPI), estudantes veteranos obrigaram novos alunos a percorrerem o campus gritando mensagens de ódio contra o presidente Jair Bolsonaro. Os calouros que não aceitassem proferir a frase “Bolsonaro, vai tomar no c*” seriam taxados de ‘bolsominions’. Um registro feito por um estudante da UFPI, na manhã desta segunda-feira (11), mostra o momento:

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Na rede social Instagram, circula outro registro do episódio:

À Gazeta do Povo, Sandra Ramos, professora mestre e doutora em educação na UFPI há 11 anos, disse que os estudantes foram obrigados a andar pela praça de alimentação e corredores gritando. “Se eles não falassem aquilo, sofreriam as consequências e seriam considerados como ‘bolsominions’”, relata a professora. “Além de ser uma tortura psicológica aos alunos, é uma vergonha para nossa universidade. É uma tristeza, porque a gente observa que, a cada dia, piora”.

Em seu perfil no Facebook, a docente publicou uma nota em repúdio ao episódio. “Fico boquiaberta com a expressão “intelectualmente crítica” desse ato. Somente pessoas que alcançaram um "nível muito alto de senso crítico" devem ser capazes de gritar palavras de ordem tão ‘profundas’. Como professora da UFPI, comprometida em oferecer educação de qualidade a professores em formação, não consigo calar! Deixo aqui minha nota de repúdio!”, diz a mensagem.

Segundo ela, nas redes sociais, professores da instituição também estariam compartilhando a mensagem, mas de forma ‘mais velada’. “Eles criaram uma espécie de campanha. Isso é tremendo, eles estão reforçando o discurso de ódio dos alunos”, comenta.

Ocupações

Em 2016, época em que estudantes de universidades federais invadiram algumas instituições, a docente teve a porta de sua sala pichada com desenhos e dizeres obscenos. “Destruíram várias partes da universidade. A minha porta foi a única pichada, porque eles sabem que eu sou contrária a esse tipo de atitude”, diz a professora, que também relata ter sido perseguida por alunos. “Na universidade federal, nem a polícia tem vez de entrar no campus. É uma coisa terrível”.

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UFPI

Sobre o episódio, a UFPI publicou a seguinte nota:

“A Universidade Federal do Piauí não comunga com qualquer tipo ofensa e agressão dirigida a pessoas e instituições. 

Tentamos apurar mas não foi possível confirmar o ambiente e envolvidos na manifestação. Não identificamos também o autor ou autora do vídeo . Contudo, a UFPI, como instituição plural e democrática respeita a liberdade de expressão”.

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