Uma ideia para melhorar a vida dos outros
Primeiro lugar geral da Fuvest em 1994, o arquiteto Claudio Sassaki (foto) nunca trabalhou na área em que se formou e dispensou oportunidades de trabalho nos Estados Unidos para alavancar a própria start-up no país. Fundada em janeiro de 2012, a Geekie começou com sete pessoas e hoje conta com 72. A equipe original foi escolhida a dedo por Sassaki. "Fomos atrás dos melhores engenheiros de computação formados pelo ITA, na turma de 2011. Eles já foram assediados por Google, Facebook e Microsoft, mas aceitaram trabalhar por muito menos, para participar de um projeto que poderia ter impacto na vida de muita gente", diz Sassaki.
Via satélite
Eureka transmite aulas gratuitas para todo o país
Kelli Kadanus, especial para a Gazeta do Povo
Aulas ao vivo e gratuitas, via satélite, destinadas a alunos da rede pública que queiram se preparar para o Enem. Essa é a proposta do Eureka Pré-Enem, projeto paranaense que pretende chegar a 10 mil alunos em todo o país. No Paraná, já são 300 estudantes matriculados em Piraquara, Pinhais e Curitiba. Para quem tiver interesse ainda há cerca de 2 mil vagas disponíveis. "O objetivo é levar ensino gratuito para as periferias do país", explica Jonathan Fernandes, diretor da VBC Telecom, parceira do projeto.
As aulas são transmitidas aos polos de estudo de segunda a sexta-feira, das 19h20 às 22h30, e o material didático é distribuído sem custos. O método de ensino é baseado em resolução de exercícios e esclarecimento de dúvidas enviadas pelos alunos, via e-mail, em tempo real. "Os exercícios dão margem para a explicação teórica", diz o coordenador pedagógico e idealizador do projeto, professor Marlus Geronasso. Outro diferencial é a interdisciplinaridade das aulas.
O projeto conta com 20 professores e cinco tutores. Os polos de estudo podem ser instalados em qualquer espaço que possua uma televisão e um decodificador. Mais informações no site http://preenemeureka.com.br.
Cursos
Conheça outras iniciativas de preparação gratuita para o Enem:
Ensino Médio Digital FGV (ensinomediodigital.fgv.br) programa da Fundação Getulio Vargas com banco de questões e vídeo-aulas em várias disciplinas.
AppProva (www.facebook.com/appprova) aplicativo com simulados baseados na regra de correção do Enem, a teoria da resposta ao item (TRI).
Cursos Iped (www.iped.com.br/enem-gratis) site com vídeo-aulas. Parte do conteúdo é pago.
Estudantes da rede pública interessados em se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 contarão com uma plataforma digital gratuita como ferramenta de apoio. O Geekie Games, iniciativa da start-up paulista Geekie, disponibilizará a escolas públicas de todo o país um software de diagnóstico que identifica fraquezas de aprendizagem, sugere estratégias de estudo e aplica simulados aos candidatos. O sistema deve ficar aberto aos estudantes a partir do fim de maio quando abrirem as inscrições para o Enem até o dia do exame.
O Geekie Games (www.geekie.com.br) foi o único projeto dessa modalidade a ser certificado oficialmente pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (Inep) e conta com apoio de divulgação do Ministério de Educação (MEC). No ano passado, o software esteve disponível por apenas 60 dias e registrou 2 milhões de estudantes cadastrados, o equivalente a 40% dos candidatos do Enem que compareceram às provas. Desse total, 600 mil foram considerados usuários ativos, ou seja, cumpriram os planos de estudo propostos pela plataforma. Além disso, a Geekie firmou parcerias com 11 secretarias estaduais de Educação, reunindo participantes de 17 mil escolas públicas do país.
Outro trunfo para o sistema ganhar relevância foi a presença do então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na cerimônia de encerramento da última edição do Geekie Games, quando foi anunciado que a iniciativa seria "difundida ao máximo" pelo MEC e serviria de modelo para futuras licitações de sistemas de treino focados na Prova Brasil e no Pisa, sistema de avaliação internacional de aprendizagem.
Parceria
Tanto o Inep como a Geekie reforçam que não há contrato envolvendo valores financeiros na parceria. "Foi um acordo que não envolveu qualquer transação de dinheiro. O que aconteceu foi que o Inep avaliou nossa tecnologia e atestou nossa qualidade ao nos incluir no Banco de Propostas Inovadoras em Avaliação da Educação Básica", diz a assessoria da Geekie. Informação confirmada pelo Inep.
"Com um mês de projeto, nós recebemos ligação para uma audiência com o Mercadante. Ele disse: Se é assim como você está falando, eu não quero acesso por apenas por 60 dias, mas quero pelo ano todo, para todo mundo", disse Claudio Sassaki, CEO da Geekie, em palestra ocorrida em São Paulo, durante o evento Global Access Through Education (G.A.T.E). Na ocasião, Sassaki contou que, a pedido do ministro, sua equipe teve um encontro com os responsáveis pela elaboração do Enem. Foram questionados sobre o funcionamento do programa e, por fim, ganharam o parecer positivo do MEC.
Plano de estudo
Sistema se adapta às necessidades de cada aluno, explica CEO
O Geekie Games não é um curso on-line, mas sim um sistema de diagnóstico e estratégia de estudo. Conforme explica seu criador, Claudio Sassaki, a primeira etapa para o usuário é fazer uma prova criada nos moldes do Enem. O simulado diz que nota o candidato tiraria se a prova fosse hoje. A partir desse resultado, o sistema identifica os pontos fortes e fracos do aluno e sugere "missões", que seriam planos de estudo formados por vídeo-aulas, textos, jogos, exercícios e alternativas pedagógicas disponíveis gratuitamente na internet.
Esse mix de conteúdos é uma das principais inovações do programa. O sistema não propõe material próprio de estudo, mas faz uma busca em toda a rede atrás de opções que se adaptem às necessidades do aluno. "Funciona como um GPS. Ele sugere um caminho, mas, se você quiser ir por outro, ele recalcula a rota. O aluno tem liberdade de escolha e o que a gente faz é recalcular o plano de estudo dele", explica Sassaki. Entre os fornecedores de conteúdos mais aproveitados pelo Geekie Games estão a Khan Academy e o canal de tevê Futura.
O CEO da start-up Geekie se orgulha dos resultados obtidos em 2013. Segundo ele, foram 3 milhões de vídeo-aulas assistidas, 6,8 milhões de textos de estudo acessados e o tempo médio diário de cada usuário no sistema foi de 2h24. Como exemplo de melhora no desempenho, Sassaki cita o caso de uma aluna de Pernambuco que tirou 433 na primeira prova. Depois de nove planos de estudo, a média saltou para 871. "Essa nota é suficiente para entrar em qualquer faculdade de Medicina do país", diz Sassaki.
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