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As estatísticas comprovam: os jovens não gostam do ensino médio. De acordo com pesquisas baseadas em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos 40% dos jovens de 15 a 17 anos abandonam a escola por desinteresse. Outros 27% o fazem por causa do trabalho e por falta de dinheiro. É por isso que educadores veem as novas diretrizes do ensino médio como uma pequena luz no fim do túnel. Aprovadas no início deste mês pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), as mudanças no ensino médio de escolas públicas e privadas passam a valer se forem homologadas pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. A expectativa é que isso aconteça no início de junho. Apesar de não terem força de lei, as diretrizes devem orientar a organização das escolas de todo o país.

Com as mudanças, os alunos, especialmente do período noturno, têm mais tempo para concluir os estudos e 20% da carga horária pode ser cursada na modalidade de ensino a distância. Além disso, as escolas ganham mais autonomia para poder atender às necessidades do público que assistem. A formação passa a ser trabalhada a partir de quatro temas principais: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, e algum deles pode ser priorizado de acordo com o foco de cada instituição.

Proximidade

"As diretrizes curriculares propõem uma nova forma de organizar o currículo, e a intenção é que o ensino médio tenha mais significado na vida do estudante. Assim pretende-se diminuir o abandono dos estudos e o desinteresse, conferindo mais sentido aos conhecimentos que os estudantes adquirem na escola", afirma Mônica Ribeiro da Silva, professora de pós-graduação e doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Mônica diz acreditar que as diretrizes serão homologadas pelo ministro e que isso vai trazer satisfação para os educadores. "Essas mudanças propostas no documento não foram feitas pelos conselheiros, mas são resultado de um amplo debate na sociedade brasileira, por audiências públicas e discussões com entidades e educadores", afirma.

Escolas particulares

O vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Jacir Venturi, afirma que a maior parte das escolas particulares já tem um ensino médio com uma carga horária maior do que a exigida e concorda que a variação dos assuntos é um dos caminhos para deixar a escola mais atraente aos alunos. "O principal motivo de abandono e de reprovação é que a escola é tida como chata. O conteúdo é muito clássico, acadêmico. Para combater isso os conteúdos ofertados precisam ser mais atraentes e edificantes. A atual geração dos jovens valoriza o lúdico, a multimídia, as práticas experimentais, a vivência dos fenômenos naturais e humanos e o diálogo entre as diversas disciplinas", diz.

Mas ele não está certo de que as diretrizes propostas pelo CNE serão aprovadas. "Muitas vezes eles lançam essas ideias e corre-se o risco das mudanças não acontecerem, o que seria lamentável. Com a ampliação da carga horária, evidentemente teríamos condições de oferecer disciplinas mais atraentes, pois elas fariam parte livre do currículo, a ser montado de acordo com a região ou interesse da sociedade em que está inserido", afirma. * * * * *

Interatividade

Que mudanças precisam ser feitas para tornar o ensino médio mais atraente?

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