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Nara estudou por mais de dez anos em instituições americanas. No currículo, um mestrado na Universidade de Harvard | Arquivo pessoal
Nara estudou por mais de dez anos em instituições americanas. No currículo, um mestrado na Universidade de Harvard| Foto: Arquivo pessoal

Quanto custa estudar fora?

O planejamento financeiro do aluno é um dos itens mais importantes e deve ser feito com muito cuidado e antecedência. Segundo a proprietária da TopApply Admissions Consulting, Nara Mendes Estella, o ideal é que o orçamento seja calculado por mês. A anuidade do curso varia muito entre as universidades.

O curso de graduação na Harvard University (Cambridge, MA), por exemplo, tem um custo anual de US$ 39 mil. Na University of Texas (Austin, TX), o curso de graduação custa US$ 16 mil ao ano. Já na University of South Dakota (Vermillion, SD), o valor é de US$ 6,5 mil por ano, o que é mais barato que o custo anual em instituições brasileiras como o IBMEC e ESPM, por exemplo. Fora o curso, o maior custo do estudante no exterior é moradia. No caso de cursos de graduação e mestrado, muitas universidades oferecem apartamentos compartilhados ou para família. Não são de graça, porém são mais acessíveis e tem a grande vantagem de estarem dentro do campus universitário. No entanto, quando não existe essa opção, o custo de moradia fora da universidade chega a ser de US$ 1 mil à US$ 3 mil por mês. Além de moradia, alunos também têm que incluir na conta outras despesas como seguro de saúde (obrigatório para estudantes internacionais e seus dependentes), alimentação e transporte. No caso de cursos de graduação, a maioria das universidades oferece pacotes que incluem moradia e alimentação. Para reduzir o custo de transporte e facilitar a vida do estudante, o ideal é que ele more o mais perto possível da instituição caso não exista a opção de moradia no próprio campus.

Para quem for estudar em escolas de idiomas, como no caso de Larissa Angeli, as despesas devem ser ainda mais programadas pelo estudante, que tem a responsabilidade de encontrar a estadia, por exemplo. "Para a primeira etapa da viagem, eu deixei eu deixei pago a escola e dois meses em casa de família. Programei gastar US$1 mil por mês. É suficiente desde que você não compre muitas coisas."

Dois meses depois, ela e o namorado decidiram optar por um apartamento mais próximo do centro da cidade, e da escola, o que diminuiu pela metade as despesas individuais. "Cortamos o ônibus também, porque podíamos ir e voltar da escola a pé. Era uma hora de caminhada, mas vale a pena, por não gastar US$ 100 mensais com ônibus." Nara Mendes Estella lembra que os custos podem variar entre as cidades e países. "Por isso, é essencial que o aluno monte um orçamento e faça uma pesquisa detalhada para calcular os seus gastos."

O número de brasileiros que optam por estudar no exterior é cada vez maior. Se em 2009, cerca de 140 mil brasileiros foram em busca de aprimoramento em escolas em outros países, no ano passado este número saltou para 175 mil, segundo a plataforma de planejamento Estudar Fora, da Fundação Estudar. Para a maringaense e proprietária da consultoria TopApply Admissions Consulting, Nara Mendes Estella, estudar no exterior nunca foi tão importante como agora. "Com a ascensão da nossa economia nos últimos anos, a competitividade do mercado de trabalho exige um diferencial dos profissionais brasileiros e a educação no exterior é o investimento de maior retorno", acredita. Além dos cursos de idiomas, brasileiros têm feito cursos de graduação, pós-graduação, mestrados, MBAs, cursos de extensão e até doutorados no exterior. Entre os destinos mais escolhidos estão os Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália.

Além de prestar assessoria profissional para quem deseja estudar em universidades no exterior, a própria Nara tem a experiência de ter estudado por mais de uma década nos Estados Unidos. Além de concluir o ensino médio naquele país, ela se formou em psicologia pela Univesity of Massachusetts, em Boston (UMASS Boston). Após trabalhar sete anos no Massachusetts General Hospital, concluiu o mestrado em psicologia pela Universidade de Harvard no início deste ano.

Para ela, a educação em uma universidade conceituada como Harvard a coloca à frente de outros profissionais no Brasil. "Tenho certeza de que nunca poderia ter recebido uma educação do mesmo nível do Brasil." Para a jornalista maringaense Larrisa Angeli a ida a Chicago, nos Estados Unidos, foi uma decisão em conjunto com o namorado que optou em estudar inglês in loco para ganhar fluência na língua, necessária para, mais tarde, eles tentarem uma vaga de mestrado nas universidades brasileiras.

Para isso, eles escolheram uma escola de idiomas com preparação para o Toefl, um teste que atesta as habilidades de comunicação em inglês, exigido por universidades estrangeiras. Além disso, Larissa diz que a fluência é fundamental para o exercício de sua profissão também no Brasil. "Em toda entrevista de emprego sempre me perguntavam se falo inglês. A gente costuma colocar no currículo que tem inglês intermediário, mas quando a gente chega nos Estados Unidos a gente vê que não tem inglês nenhum."

O que é preciso fazer para estudar fora do país?

O processo de seleção para as universidades no exterior é diferente do processo no Brasil. Nos EUA e na Europa por exemplo, existe um longo processo de admissão que se inicia pela inscrição do aluno na instituição, chamada de "application," e envolve a preparação de diversos documentos como cartas de recomendação, redações e tradução de históricos escolares e diplomas, exceto no caso de alguns cursos de especialização, a maioria das instituições exigem uma prova de proficiência da língua estrangeira, como o Toeflou IELTS, explica Nara Mendes Estella.

Além do teste de idioma, existem outras provas que podem ser exigidas, como o GMAT (para MBA ou outros mestrados na área de exatas) e o GRE (para mestrados na área de ciências sociais). No caso de cursos de graduação, algumas universidades exigem o SAT, uma prova equivalente ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do Brasil. "A preparação para todos esses testes requer tempo e dedicação, é por isso é importante que o aluno tenha a assessoria de uma agência especializada", afirma Nara. Embora ainda haja tempo para alunos que queiram iniciar um curso no próximo semestre, em média são necessários de seis meses a um ano para o aluno se organizar para estudar fora.

A jornalista Larissa Angeli assegura que a contratação de uma agência especializada foi importante para a conclusão que o processo de escolha da escola, matrícula, passagens e alojamentos fossem contratados em menos de três meses. "Eu sei que é possível entrar em contato direto com a escola e fazer todo esse processo por conta própria, o que acaba sendo mais barato, mas como eu não sabia por onde começar eu contratei a agência, que é o processo mais rápido. Agora que eu sei como funciona. Da próxima vez farei esse processo sozinha."

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