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Líder mundial na venda de produtos como soja e carnes, o Brasil está exportando mão-de-obra especializada. E por bons salários. São técnicos e profissionais com curso superior, formados nas escolas do Senai e do Senac, que vão trabalhar nos países do Mercosul, no Chile, nos EUA, nos mercados europeus e até na China e no Japão. Couro, calçados, móveis, moda, gastronomia, saúde, hotelaria, automação industrial, robótica, mecatrônica e logística estão entre as áreas mais procuradas.

Profissionais ressaltam que qualificação é fundamental

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), só no Sul da China há mil brasileiros trabalhando na área de curtimento de couro, com remuneração inicial de US$ 3.500 por mês.

— Dependendo do cargo que você exerce, o salário pode chegar a US$ 10 mil — garante Alexandre Freitas, que mora em Xangai há três anos e trabalha na Noko Química.

Segundo Freitas, o setor de calçados na China também emprega muitos brasileiros, principalmente técnicos especializados em controle de qualidade. Freitas se formou no Centro Tecnológico do Couro, escola do Senai de Estância Velha, Rio Grande do Sul, unidade que desenvolveu um tipo de fragrância natural à base de camomila no beneficiamento do couro.

Filipe Borges fez o curso técnico de mecatrônica do Senai e, há três anos, trabalha na Bélgica, na empresa sueca Thoreb, especializada em transporte coletivo. Conta que ganha dez vezes mais do que receberia no Brasil. Mas, ressalva, a situação é diferente para quem vai tentar a vida no exterior sem qualquer qualificação.

— Trabalho com os melhores engenheiros do mundo — disse Borges, acrescentando que as empresas estrangeiras também ganham, pois podem contar com mão-de-obra especializada, como a brasileira, por um custo mais baixo.

A Itália é outro destino no alvo dos brasileiros. De acordo com o diretor da Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão, de Criciúma (SC), Iraídes Piovesan, há cerca de 700 técnicos brasileiros só nas cidades italianas de Vittorio Veneto, Mallo e Pescara, na província de Vicenza.

— Nós formamos 600 técnicos por ano, mas num piscar de olhos eles somem — disse Piovesan, observando, no entanto, que preferia que os novos profissionais ficassem no Brasil e pudessem atuar em áreas de eletrônica, mecânica, informática, mecânica e eletroeletrônica, cursos oferecidos pela escola ligada ao Senai.

— Mas se ganha melhor aqui — argumenta Vagner Ditadi, que trabalha como técnico em automação industrial em Marano Vicentino, na província de Vicenza e que acredita que no Brasil seu salário seria de R$ 1.200, enquanto na Itália é de 1.200 euros (R$ 3.250).

A carência de mão-de-obra nas áreas de enfermagem e fisioterapia para cuidar de idosos na Itália levou a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) a fechar convênio com o Instituto Italiano Fernando Santi. A meta é oferecer estágio e emprego aos formandos.

No setor da moda, meta é montar marca própria

Já o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT) do Senai, referência nacional, que fica na Zona Norte do Rio, manda por ano cerca de 300 dos mil formandos em moda para diferentes mercados, como Estados Unidos, Itália, França, Espanha e Holanda.

— A maioria vai trabalhar em grifes. Mas muitos buscam uma especialização e depois voltam para montar marca própria — diz a coordenadora do Instituto de Design, Kátia Ferreira.

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