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“Outro ponto positivo nos sites é o relacionamento com pessoas que estão matriculadas ali com a intenção de aprender um idioma e trocar conhecimentos culturais.”
Samuel Stica Fernandes, 19 anos, estudante | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
“Outro ponto positivo nos sites é o relacionamento com pessoas que estão matriculadas ali com a intenção de aprender um idioma e trocar conhecimentos culturais.” Samuel Stica Fernandes, 19 anos, estudante| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

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Conheça alguns dos sites que permitem o aprendizado de outro idioma por meio da interação com professores e outros estudantes:

- Livemocha – Gratuito, foi criado para estudantes de idiomas interagirem e ensinarem uns aos outros (www.livemocha.com).

- Babelyou – Permite a criação de um perfil para interagir com outras pessoas em idiomas estrangeiros (www.babelyou.com).

- My Happy Planet – Comunidade virtual para ensinar e aprender diversos idiomas (www.myhappyplanet.com).

- Myngle – Rede social que funciona como sala de aula on-line (www.myngle.com).

- Outros sites: Randall’s Cyber Listening Lab (www.esl-lab.com), Elllo (www.elllo.org) e English Club (www.englishclub.com.br).

Relato

Marco Aurélio da Silva, 32 anos, contador.

Mobilidade

Eu tinha uma necessidade de aprender inglês e foi por volta de 2005 que comecei a procurar materiais, a mexer em sites e a comprar revistas para estudar. Comecei ouvindo e lendo muito, especialmente notícias, poemas e poesias. Já usei chats universais e gostei muito do site Voice of America (www.voanews.com), que tem assuntos políticos, atualidades e histórias narradas de forma pausada e com a transcrição. Atualmente tenho baixado muitos arquivos, vários dos sites trazem podcasts que você pode carregar diariamente e ouvir a cada momento, caminhando ou fazendo exercícios.

Ter ao menos um segundo idioma já deixou de ser desejável no mercado de trabalho, tornando-se uma obrigação. Mas, o que antes exigia horas de dedicação em uma sala de aula, hoje é possível com o simples acesso à internet. São diversas as opções de sites, pagos ou gratuitos, que permitem aos usuários aprender diferentes línguas sem sair de casa. E as possibilidades não estão mais restritas às tradicionais páginas com textos e exercícios de múltipla escolha. Um movimento que começou há alguns anos na web permite também a interação com falantes nativos.A professora de inglês Renata Grunderg vê bastante utilidade nos chats, ou bate-papos, de sites como o Livemocha. "Como única fonte de conhecimento do idioma não vale a pena, mas esse site é uma ótima ferramenta de ajuda, pois dá para praticar a conversação e até aprender gírias que estão sendo usadas naquele momento nos outros países", diz.

Renata Grunderg já usou vários sites como professora de inglês, mas a história mudou quando decidiu experimentá-los para estudar um terceiro idioma. "Para mim não serve, pois preciso de alguém me direcionando. Acho que, se o aluno não for muito aplicado, se não tiver muita disciplina, não aprende. Eu compararia alguns sites àqueles guias de idiomas para viagens, que têm frases isoladas, conteúdos soltos. Você decora umas sentenças e sai dizendo: ‘Oi, eu sou a Fulana’, mas para por aí", conta.

Disciplina nunca foi problema para o representante comercial Luiz Carlos Zanim, de 61 anos. O problema era a falta de tempo. Depois de ter estudado em três escolas de inglês diferentes e participado de aulas com um professor particular, é com um site que ele finalmente se vê aprendendo o idioma. "Uso o Universidade do Inglês e com ele converso ao vivo com um professor pelo computador. Acesso o site quatro ou cinco vezes por semana, quando posso, e tenho um professor disponível para tirar minhas dúvidas das 8 às 22 horas", diz.

Estudar em casa também pode ser mais fácil para quem fica constrangido em aprender ao lado de outras pessoas. "Em uma sala de aula com vários outros estudantes, na maioria adolescentes, eu não ia me sentir confortável. Agora eu entro no quarto e fecho a porta, assim fico mais a vontade para praticar. Eu tinha desistido do inglês, mas o método pelo computador renovou as minhas esperanças de aprender", diz.

Perfil

A diretora-geral do Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandra Lopes Monteiro, afirma que os cursos de idiomas pela internet não são adequados para todos os públicos. "Esses estudantes devem ter características específicas, tais como autonomia, disciplina, organização e comprometimento. Contudo, quem tiver todas essas características e for capaz de cumprir o horário destinado para aquela atividade com certeza será bem sucedido", diz.

Apesar da facilidade de acesso a esses conteúdos pela web, é preciso que o usuário procure diversificar as fontes de estudo, mesclando o uso de sites com filmes, músicas, livros e revistas, para que tenha um aprendizado mais completo. Sandra observa que mesmo em português não é difícil encontrar em sites de idiomas pequenos problemas de linguagem em enunciados e exercícios.

Interação

Aprender outro idioma pela internet também pode ser divertido e render boas amizades. É o que experimentou o estudante Samuel Stica Fernandes, de 19 anos. Depois de ter recebido a indicação de uma professora para que acessasse alguns sites, Samuel conta que experimentou e não parou mais de usar. "No decorrer do aprendizado fui me habituando a estudar virtualmente. Acesso diariamente o Livemocha e o Dw-World.de, que é um site em alemão, assim como o Facebook e o MSN. A troca de conhecimentos culturais é uma grande vantagem, pois você conhece detalhes do cotidiano de outros países sem sair da frente do computador", conta.

De acordo com ele, grandes amizades podem ser construídas ao longo do tempo. "No início do ano passado conheci um garoto italiano que estuda português. Como sou iniciante nas aulas de italiano, trocamos muitas regras gramaticais e conhecimentos culturais sobre os dois países. Nós nos tornamos grandes amigos e no ano passado ele esteve no Brasil. Conhecer pessoas em sites de idiomas é incrível, pois todos têm uma paixão em comum: o estudo por uma língua estrangeira", afirma.

Uma desvantagem levantada por Samuel seria a presença de explicações complicadas em alguns momentos e que podem gerar confusão. Mas ele diz que as dúvidas acabam sendo tiradas por alunos nativos da língua, com comentários sobre a explicação ou o uso de determinada regra.

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