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Mateus Lorentz, 12 anos, e sua irmã Raquel, 9: aprendendo a se virar sozinhos | Albari Rosa/GP
Mateus Lorentz, 12 anos, e sua irmã Raquel, 9: aprendendo a se virar sozinhos| Foto: Albari Rosa/GP

Como entrar

Saiba por onde começar caso seu filho queira ser escoteiro

- Diferenças – Os grupos são basicamente iguais. A diferença maior é no número de atividades. Todos os chefes são voluntários treinados pela União dos Escoteiros do Brasil (UEB).

- Cadastramento – Todos os grupos devem ser cadastrados na União dos Escoteiros do Brasil(UEB). Veja a lista no site www.ueb-pr.org.br ou www.escoteiros.org.br.

- Mais perto – Pergunte na escola, converse com amigos ou pessoas influentes do seu bairro. Quase todas as regiões da cidade têm uma unidade de escoteiros. Escolher um mais acessível é fundamental.

Fontes: Marcelo Oliveira, chefe de escoteiros e membro da diretoria da União dos Escoteiros do Brasil(UEB).

Mateus Lorentz, 12 anos, escoteiro desde os 7, é um dos únicos de seu grupo que tem o distintivo do Cruzeiro do Sul. "É porque tenho mais de cinco habilidades", diz. Culinária, música, natação, confeitaria, leitura e rastreamento são alguns dos talentos reconhecidos do menino. A especialidade na cozinha? Bolo de chocolate. O que ele mais gosta no escotismo? Os acampamentos. "Conheci novos amigos além das pessoas da minha escola. Também aprendi muita coisa, a arrumar uma mala para acampar, a organizar ferramentas."

Na escola, Mateus nunca foi um dos alunos mais populares. Não gostava de jogar futebol e não participava muito de atividades coletivas. "Vimos no colégio informações sobre o grupo e resolvemos inscrever ele. Eu não conhecia muito sobre o escotismo, mas pensei que ele poderia fazer amigos", diz o advogado Paulo Lorentz, pai de Mateus.

A experiência foi tão positiva que Raquel, filha caçula de Paulo, também começou a participar assim que completou 7 anos, idade mínima exigida. "Na escola são ensinadas as matérias oficiais e no escotismo aprendemos outras coisas, a se virar sozinho, a se cuidar melhor, é muito legal", afirma Raquel.

Ensinamentos

A partir dos 7 anos qualquer criança pode fazer parte de uma Alcateia de lobinhos, nome dado à primeira fase do escotismo. Nas reuniões, em geral semanais, há gincanas e atividades em que as lições são aprendidas na prática. "Dentro do método escoteiro trabalhamos a vida em equipe. Todas as tarefas da patrulha são divididas. As brincadeiras também têm objetivos educacionais relacionados à idade dos participantes", diz Marcelo Oliveira, chefe de escoteiros e membro da diretoria da União dos Escoteiros do Brasil (UEB) – Região Paraná.

Depois de um jogo de competição, por exemplo, os chefes debatem com o grupo as atitudes dos participantes. "Será que eu sei trabalhar em equipe? Sei dividir o material com meu colega? Faze­mos alguns questionamentos para que eles reflitam."

Nos acampamentos, mensais ou bimestrais, dependendo do grupo, as crianças ficam longe dos pais e podem aprender a resolver problemas. "É um aprendizado afetivo, intelectual e social. O objetivo é formar cidadãos responsáveis", afirma Marcelo.

Para Siumara Moscal, supervisora do núcleo de atividades complementares do Colégio Marista Santa Maria, o escotismo é uma forma de educação não formal que ajuda a desenvolver a autoestima e a liderança. "É uma pedagogia bem inovadora, que mexe de uma forma saudável com tudo o que a criança gosta: jogar, ser desafiado, cantar, brincar."

O contato com a natureza também desenvolve a consciência ambiental. "Tira elas da frente do computador e diminui o cuidado excessivo dos pais. O resultado é que elas passam a ter opinião própria. Isso é visível na comparação entre uma criança escoteira e outras", afirma Luciano Cordeiro de Loyola, diretor de escotismo do Grupo São Marcelino Cham­pagnat.

Para participar, a única coisa que se exige é compromisso e vontade. "Tem de ter disciplina, se não tiver ela não vai progredir dentro da proposta. Mas não é uma disciplina forçada. A criança tem de querer obedecer, é um ato voluntário, os pais não podem obrigar. Pelo contrário, eles têm de acompanhar de perto", diz Siumara.

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