O que é EAD?
Modalidade de educação em que as atividades de aprendizagem são desenvolvidas sem que alunos e professores estejam necessariamente presentes no mesmo espaço e tempo. Pode utilizar diversos recursos, como material impresso, rádio e tevê, CDs e DVDs e internet. Hoje existem opções de EAD em todos os níveis de ensino, de cursos livres à pós-graduação.
Dúvida: vou me adaptar?
Para aproveitar e ter bom desempenho nos cursos a distância é preciso ser disciplinado, independente, e até autodidata, além de ser organizado e focado. Afinal, muitos caminhos se abrem quando se acessa a internet principal ferramenta de EAD. Mas antes de iniciar um curso é preciso estar atento para os seguintes detalhes:
>> Na hora de escolher o curso, avalie a metodologia e a equipe de professores e tutores. Se for um curso superior, verifique a situação da instituição de ensino no site do MEC.
>> Tente encontrar alunos e ex-alunos do curso e ouça a opinião deles. A própria secretaria da instituição pode oferecer contatos de pessoas que possam dar mais informações sobre o curso e sua metodologia.
>> Peça para fazer uma aula teste para conhecer o material, a interatividade e o suporte oferecido aos alunos. Não se esqueça de perguntar e verificar quanto tempo uma demanda leva para ser respondida. Se o curso exigir encontros presenciais, consulte a frequência deles e o local.
>> Visite o polo, ou seja, o espaço onde os alunos costumam se reunir para tirar dúvidas ou fazer as avaliações. Pergunte sobre os horários de acesso à estrutura.
>> Se for fazer o curso em casa, verifique se o seu computador tem as configurações mínimas necessárias e se pode usar o laboratório da escola caso tenha algum problema de acesso.
>> Faça um levantamento de todos os gastos envolvidos, incluindo livros e outras mídias, impressões, ligações telefônicas para suporte e deslocamentos. Segundo a Abed, quase metade dos desistentes citou a questão financeira como principal causa de evasão.
>> Verifique os prazos para assistir às aulas e para a conclusão de trabalhos. Geralmente o calendário precisa ser cumprido toda semana e há data-limite para postar os exercícios feitos.
Fonte: Abed.
33 anos...
...é a média de idade dos alunos que fazem os cursos de graduação de ensino a distância, segundo o Inep.
30% dos estudantes de EAD...
...cursam Pedagogia. Em segundo lugar está o curso de Administração, com 27% das matrículas, segundo o Censo da Educação Superior.
Raio-X
Confira o perfil do aluno de EAD de Pedagogia, o curso mais procurado nesta modalidade, segundo pesquisa da Fundação Victor Civita, realizada este ano:
>> 89% dos alunos são mulheres sendo que 59% têm entre 30 e 49 anos;
>> 98,6% dos estudantes estão satisfeitos com as aulas;
>> 67% dos alunos já trabalham com Educação;
>> 85% acham que as atividades propostas no curso estão próximas da realidade das escolas;
>> 56% sofrem com a falta de tempo;
>> 44% pensavam que o curso seria mais fácil;
>> 23% encaram a exigência de encontros presenciais como um obstáculo;
>> 20% têm problemas de natureza financeira.
Há uma década a educação a distância (EAD) ainda engatinhava e hoje é responsável por cerca de 15% das matrículas em cursos de graduação, concentrando quase 1 milhão de estudantes, segundo o último Censo da Educação Superior realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep). Se forem considerados os cursos livres e de pós-graduação, o número de estudantes que abandonou a sala de aula tradicional e aderiu ao novo modelo educacional sobe para 2,5 milhões.
Apesar desse crescimento, ainda persistem alguns mitos referentes ao universo da EAD, que foi reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996. Um deles se refere à suposta menor exigência dos cursos on-line. Quem pensa assim, no entanto, se engana. Os cursos de graduação ou pós a distância são avaliados pelo Ministério da Educação (MEC) com o mesmo rigor dos presenciais e incluídos nos rankings de qualificação do órgão. Tanto é assim que um dos maiores desafios da EAD, de acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), é a evasão, causada, em geral, pela falta de tempo para estudar.
Organização
O EAD, segundo especialistas, é vantajoso apenas para quem consegue organizar seu tempo. Karin Schneider, coordenadora-geral de EAD do Centro Universitário Uninter, conta que a falta de adaptação ao modelo é a causa principal de desistência entre os mais de 100 mil alunos matriculados na instituição. Ela acredita, porém, que os alunos remanescentes acabam se preparando melhor. "Penso que o aluno de EAD é mais ativo do que os outros, que acabam sendo mais receptivos e passivos. Ele não tem paredes de sala de aula, explora mais e vai além, o uso da internet amplia o horizonte da aprendizagem para esse estudante", afirma Schneider.
Nesse cenário, estudantes como Ilto Dall Maria, 42 anos, se sobressaem. Enquanto a maior parte dos colegas do curso superior em Tecnologia de Processos Gerenciais desistiu, Ilto acabará o curso em maio. "Muitos entraram no curso achando que não iam precisar estudar", conta. Ilto diz que retomou os estudos para subir na carreira e a EAD foi a melhor opção para ele, que prefere estudar em casa.
Quem não gostou tanto da ideia foram os três filhos de Ilto. "Eles vivem dizendo que a minha cota no computador já deu, que também precisam fazer trabalhos ou jogar", conta. Mas, mesmo com as disputas pelo teclado ou o mouse, o técnico em segurança do trabalho diz que a escolha valeu a pena. "Aproveito todos os momentos para estudar. Vou e volto do trabalho usando o ônibus da empresa, tempo que posso ir estudando com os livros. Na escola, só vou mesmo uma vez por semana quando tenho dúvidas ou para fazer as provas, que são presenciais. Está dando certo", comemora.
O perfil dos alunos que preferem os cursos on-line
As mulheres com mais de 30 anos são maioria entre os estudantes de EAD, segundo a Abed. A modalidade também é mais atrativa para quem mora longe de grandes centros urbanos, não tem rotina fixa de trabalho, viaja bastante ou tem de permanecer em casa por causa dos filhos pequenos ou pessoas idosas sob a sua responsabilidade. Também entram no jogo pessoas que têm interesse em cursos específicos, oferecidos por instituições localizadas em outras cidades ou estados, e que não podem se deslocar para assistir às aulas tradicionais.
Comparado aos cursos superiores de instituições particulares, o preço médio das opções a distância acaba sendo uma vantagem e atrai um público que não poderia arcar com altas mensalidades. Esse é o caso de Noemi Moreira Boçon, 41 anos. Ela reunia várias características comuns a alunos de EAD quando se matriculou no curso Tecnólogo em Marketing. Depois de 15 anos sem estudar, após ter um filho, ela agora vê na EAD a chance de se aprimorar e conseguir uma melhor colocação no banco onde trabalha. "Meu marido fez um curso a distância, gostou e indicou. É mais barato e como já tenho mais de 40 anos, sou casada, tenho casa, filho e cachorro para cuidar, não tinha como ir para a faculdade todo dia", conta.
Ela mora no Bairro Campo Comprido, trabalha do outro lado da cidade e coloca a leitura em dia no trajeto feito de ônibus. Em casa, supre duas necessidades de uma vez: assiste às aulas enquanto caminha na esteira para emagrecer. "Eu achava que EAD era pra quem apenas queria o diploma, mas estava enganada. É muito bom para quem tem pouco tempo e dinheiro, mas exige empenho", diz. E por falar em diploma, pelo Decreto 5.622/2005 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, não há obrigatoriedade de identificar os diplomas de cursos superiores que foram concluídos a distância, o que confirma o mesmo peso para a formação presencial e a distância.
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