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Pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada nesta segunda-feira (23), mostra que a grande maioria dos pais ou responsáveis pelos estudantes brasileiros das escolas públicas de ensino fundamental raramente lê livros ou jornais. No entanto, eles assistem à televisão todos os dias. Para o estudo, inédito, foram entrevistados cerca de 10 mil pais. Segundo o site do Inep (www.inep.gov.br),uma das constatações é de que o nível de escolaridade dos pais dos estudantes brasileiros é baixo. Cerca de 58% têm até o ensino fundamental incompleto e 7,5% declaram-se analfabetos ou sem nenhuma escolaridade. Os que completaram o ensino universitário somam somente 2,8%. Dos pais ou responsáveis pelos estudantes, 84% declararam assistir televisão todos os dias, 74,7% lêem raramente ou nunca jornais de circulação diária, 74% nunca ou raramente lêem livros e 72% não lêem ou raramente lêem revistas. Cerca de 10% dos pais de alunos utilizam computador, enquanto que o acesso à internet é privilégio de apenas 6,9% dos pais ou responsáveis. São as famílias mais pobres do Brasil as principais usuárias das redes públicas de ensino fundamental. Mais de 73% dos entrevistados têm renda familiar de até três salários mínimos. Apenas 9% das famílias ganham mais que cinco salários mínimos. Um percentual de 58,1% dos pais ou responsáveis brasileiros pertence às classes D e E e 7,5% às classes A e B. Da classe C, tem-se 29,7% dos pais ou responsáveis. "Associado ao dado de que a maioria dessas famílias é das classes mais pobres (D e E), se pode concluir que a maioria dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não está recebendo este capital cultural em casa, tornando-se muito mais dependente da escola do que as crianças de classes média ou rica", avaliou o presidente do Inep, Eliezer Pacheco.

Pacheco lembra ainda que uma das explicações para o baixo desempenho do estudante brasileiro, já amplamente estudado pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), é o nível de escolaridade dos pais dos alunos. "A proficiência obtida pelas crianças e jovens brasileiros correlaciona-se fortemente com o nível socioeconômico das famílias desses estudantes", analisou.

Qualidade das escolasForam investigadas as percepções dos pais sobre a qualidade das escolas, as condições institucionais, de infra-estrutura e de ensino e a atuação dos professores e diretores de escolas de ensino fundamental, pertencentes às redes públicas e localizadas em zonas urbanas de todo o País.

Os pais deram nota - numa escala de 0 a 10 - tanto para a disciplina na escola quanto para o atendimento da secretaria, a organização, as instalações gerais e a higiene da cozinha; 8,7 para a localização; 7,8 para o espaço de recreio; 7,9 para as condições das salas de aula; 6,5 para a biblioteca; 2,9 para a sala de informática/computadores; 6,0 para a quadra de esportes; 7,6 para a conservação dos prédios; 7,1 para a limpeza de banheiros.

ProfessoresO estudo revela ainda que a percepção sobre os professores é bastante positiva; 82,6% os consideram preocupados em ensinar e dar uma boa aula, e 77,3% acham que os docentes têm paciência para tirar as dúvidas dos alunos. No entanto, 62,8% consideram muito fácil a aprovação no fim do ano e 58,9% são da opinião de que os trabalhos para complementar as notas fazem que os alunos estudem menos. Mais de 80% dos pais ou responsáveis concordam com a opinião de que o medo da reprovação faz os alunos estudarem mais.

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