
Qual conhecimento qualifica melhor um futuro estudante de Engenharia Mecânica? A resposta varia segundo a universidade escolhida para graduação. Pelo menos é isso que mostra uma comparação do peso das provas do Enem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) entre as instituições do estado. Mesmo considerando que a nota avaliada é a mesma, a média final do candidato muda de acordo com a universidade. Os resultados da primeira chamada do Sisu foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC).
Enquanto na Universidade Federal do Paraná (UFPR) todas as provas tiveram peso único, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a nota em Redação valeu três vezes mais que na Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) para o egresso em Mecânica. Ao mesmo tempo, a prova de Matemática teve peso 3 na Unioeste e 4 na UTFPR. O mesmo acontece no curso de Engenharia Civil, por exemplo.
Considerando que muitas vezes a diferença entre a aprovação ou não do estudante seja definida em décimos, tamanha mudança no peso das disciplinas pode alterar a lista final dos aprovados.
Na UFPR todas as cinco provas Redação, Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas tiveram peso 1, independentemente do curso escolhido pelo estudante. Isto significa que elas valeram o mesmo na conta da média final.
Eid Badr, presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma que as universidades têm autonomia para definir critérios de seleção. Além dos pesos, elas estipulam notas de corte nas cinco provas do Enem a única regra geral é que a nota zero na redação eliminasse os candidatos. "Como toda liberdade assegurada pelo Estado, tem que ser utilizada com bom senso. Espero que as universidades façam isso", diz Badr.
O Sisu ofereceu 171 mil vagas em instituições públicas de todo o país, tendo como critério único de seleção as notas do último Enem. No Paraná, eram 8.417 oportunidades. A londrinense Isabela Tramontini, 18 anos, foi selecionada para Medicina na Unioeste. Segundo ela, a vantagem em se inscrever no Sisu é concorrer a vagas que no vestibular comum bateriam com provas de outras instituições.
O número total de inscritos no Sisu neste ano aumentou 31,28% em relação ao ano passado e é o maior desde a criação do sistema, em 2010.
Escolha
Estudantes aprovados tanto no vestibular tradicional quanto no Sisu podem optar através de qual modalidade querem se matricular na universidade. Entre os aprovados no vestibular tradicional de Medicina da UFPR, por exemplo, dois também aparecem na lista de aprovados do Sisu.
Uma delas é a pontagrossense Camila Varotto Baroncini. A jovem, que ainda aguarda o resultado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), deve se matricular na UFPR através do Sisu. "No vestibular normal ela passou para o segundo semestre. No Sisu ela já entra no primeiro", afirma Sérgio Baroncini, pai da estudante.
No caso de Camila, a vaga deixada em aberto por ela deve ir para outro candidato na segunda chamada do vestibular tradicional, que deve ser divulgada em 14 de fevereiro.
A UFPR fará apenas duas chamadas via Sisu. As vagas que sobrarem entrarão na lista de espera do vestibular tradicional da instituição.
Colaborou Juliana Blume, do JL.




