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 | Jonathan Campos/Arquivo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
| Foto: Jonathan Campos/Arquivo / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Guia: Faça seu roteiro

Que tal conhecer os principais pontos do Centro Cívico e sua arquitetura peculiar? Embora tenham acesso restrito, com regras específicas, é possível visitar diversos deles, como a Prefeitura, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Palácio do Governo.

Para entrar, é preciso se identificar, apresentando carteira de identidade. Os prédios estão em funcionamento em horário comercial (8 horas às 18 horas). Fora do Centro Cívico, é possível visitar outros prédios na mesma linha arquitetônica moderna, como a Biblioteca Pública (loca­lizada na Rua Cândido Lopes, 133, Centro) e o Teatro Guaíra (Praça Santos Andrade, s/nº, Centro). Vale a pena conferir.

  • Museu Oscar Niemeyer: uniformidade com prédios vizinhos
  • Linhas retas e concreto aparente marcam interior da Assembleia
  • Palácio do Governo foi construído em elevação e com vidros na fachada

"Um museu a céu aberto". Talvez nenhuma outra definição seja tão exata para descrever o Centro Cívico de Curitiba quanto à criada pela doutora e professora de Ar­quitetura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Joselina Zanello Gonçalves. E não é exagero. Os prédios públicos da região (mais precisamente ao fim da Avenida Cândido de Abreu) são alguns dos mais notáveis exemplos da arquitetura moderna no Brasil – movimento que revelou nomes como Oscar Niemeyer e ainda hoje é tido como o mais importante produzido no país.

Pelos edifícios do miolo administrativo da capital, uma aula sobre a época de ouro da arquitetura brasileira. Em prédios como do Palácio do Governo, do arquiteto David Azambuja, da Prefeitura de Curitiba, de Rubens Meister, da Assembleia Legislativa, de Olavo Redig de Campos, ou Palácio da Justiça, de Sérgio Rodrigues, traços marcantes, como linhas retas e a beleza bruta das construções em concreto aparente, são as marcas do estilo moderno de se construir.

Se antes da arquitetura moderna predominavam os detalhes – típicos do estilo eclético e do art-decó (presentes em prédios como o central da UFPR) –, o novo conceito trouxe a simplicidade às construções. "Os espaços são mais integrados, sem muitas colunas ou ornamentos. É a ideia da continuidade. Os edifícios são construídos em elevação. Os prédios também têm mais transparência, com muito uso de vidro. O Palácio do Gover-no é um exemplo disso. Fica bem acima do nível do solo e é bastante transparente, graças à fachada de vidro", diz a professora.

Além dos prédios, o espaço urbano também tem suas influências modernas, explica o professor de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Luiz Salvador Gnoato. "Em vez de lotes, percebemos que os prédios ocupam áreas grandes.

Antes de Brasília

Embora na Europa a arquitetura moderna já tivesse seu espaço desde os anos 30, no Brasil só chegou de fato no início dos anos 50. E o Centro Cívico de Curitiba foi o responsável pela consolidação dela. Projetado em 1951, foi o primeiro a começar a ser construído no país, em 1953. "Foi uma iniciativa pioneira, surgida quase 10 anos antes da construção de Brasília (o maior marco da arquitetura moderna no Brasil, iniciada em 1960)", diz Gnoato.

A ideia surgiu no governo de Bento Munhoz da Rocha, que queria celebrar o centenário da emancipação do Paraná com várias obras na capital. Entre elas, a construção de um espaço administrativo que reunisse o poder público estadual, segundo explica Joselina Gonçalves, da UFPR.

Mas a obra nunca chegou a ser finalizada, pelo menos de acordo com o que havia sido proposta. Ao fim de 1953, problemas como falta de mão-de-obra e de materiais, (cimento e ferro), causaram atrasos no cronograma. Apenas em 1954 foram finalizados os primeiros prédios, entre eles o do Palácio do Governo. Somente nas décadas seguintes foram concluídos os outros edifícios previstos. Um dos últimos é o do Museu Oscar Nie­wmeyer, inaugurado em 2002.

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