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Alunos de Cinema da Faculdade de Artes do Paraná organizam set e se preparam para participar dos primeiros festivais como universitários | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Alunos de Cinema da Faculdade de Artes do Paraná organizam set e se preparam para participar dos primeiros festivais como universitários| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
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Aluno reclama do sucateamento do curso de Cinema da FAP

Envolver-se com o cinema nunca foi tão fácil. Com um celular ou com a mais moderna câmera do mercado em mãos, qualquer pessoa está a um passo de participar de uma produção audiovisual. Além disso, uma formação específica não chega a ser um pré-requisito para trabalhar em produtos cinematográficos. Nos sets, na pré-produção ou na edição, é comum encontrar quem tenha passado pelos cursos de Comunicação Social, Design Gráfico, Educação ou Artes Visuais.

De acordo com o cineasta Fernando Severo, que também é professor da área, o envolvimento de outros profissionais ocorre de forma bastante ampla, principalmente de pessoas envolvidas com as áreas de artes plásticas, literatura, moda, música, arquitetura e atuação teatral. No entanto, se a intenção não é trabalhar em áreas específicas – como direção de arte, de fotografia ou som –, o ideal é se preparar em um curso completamente voltado para o cinema de uma forma geral. Especialmente se as posições almejadas são de diretor ou produtor.

Os interessados têm diversas opções de cursos específicos em Curitiba. Entre as possibilidades estão o curso superior em Cinema e Vídeo da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), onde também há uma especialização na área; o curso de extensão da Universidade Positivo; a pós-graduação da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); e até cursos livres, como o do Centro Europeu, com duração de um ano.

Antenados

Quem está há algum tempo no mercado também precisa ficar atento às novas possibilidades do cinema, ampliadas com o avanço das tecnologias e da comunicação. "A principal tendência da área é a produção de conteúdo audiovisual multiplataforma, que circula bem nas telas do circuito comercial, televisões abertas e fechadas, na internet e em celulares", explica Severo.

Praticar, experimentar, tentar de novo. Essa é, segundo o produtor e professor de Cinema Rudolfo Auffinger, a melhor forma de reforçar o que é aprendido teoricamente nas universidades. "Enquanto fui aluno, foi organizado na faculdade um edital interno que elegeu três roteiros que contaram com os equipamentos do curso para serem viabilizados. O projeto não só instigou os alunos a escrever roteiros como pôde contribuir com o início de suas carreiras, produzindo filmes que vão além dos exercícios feitos em aula", diz Auffinger.

Mas quem quer embarcar nesse mundo também tem de levar em conta a realidade profissional. Segundo o cineasta Aly Muritiba, trata-se de uma área fascinante, mas difícil. "Deve ser uma das mais impiedosas e concorridas que existem no Brasil. De cada 30 alunos que entram no curso de bacharelado da FAP, que foi onde estudei, uns cinco se formam – e eu não faço parte dessa estatística. Desses, um ou dois conseguem desempenhar alguma função ligada ao cinema", conta.

Festivais abrem portas a novos profissionais

Com vários festivais locais e nacionais ocorrendo todos os anos, vitrine para mostrar as produções não falta. Para quem quer trabalhar na área, esse é o caminho, segundo Marcos Camargo, vice-coordenador do curso de Cinema da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), mestre em Comunicação e doutor em artes pela Unicamp: "Além de serem lugares de experimentação e revelação de novas linguagens e talentos, esses festivais preparam a nova geração para o meio cinematográfico nacional, tanto do ponto de vista profissional quanto estético."

Um dos eventos que ocorrem anualmente no país é o Festival Brasileiro de Cinema Universitário (FBCU), que está em sua 17ª edição. Internacionalmente, o sonho de consumo entre os estudantes é o Cinéfondation, que faz parte do festival de Cannes, na França. Nesse cenário, também há expectativa para que o Putz – Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba, que corre o risco de ser interrompido, continue a ser promovido pelos estudantes de Comunicação social da Universidade Federal do Paraná.

Recentemente, Curitiba teve a primeira edição do Olhar de Cinema, que exibiu 70 produções internacionais em três salas. Durante as exibições, a FAP interrompeu as aulas para que os estudantes pudessem prestigiar o evento. A expectativa é de que o festival seja organizado todos os anos. Mais informações sobre os eventos estão no site www.forumdosfestivais.com.br, mantido por um grupo de diretores e coordenadores de festivais nacionais de cinema. Apesar de não estar completamente atualizado, dá uma boa ideia de onde é possível procurar espaço para exibições.

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