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Felipe, 6 anos, com a professora Daniele: aprendizagem é acompanhada pelos pais, pela direção da escola e pela fonoaudióloga | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Felipe, 6 anos, com a professora Daniele: aprendizagem é acompanhada pelos pais, pela direção da escola e pela fonoaudióloga| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Pelo teste da orelhinha

Começou ontem e termina na próxima sexta-feira a Semana da Saúde Auditiva, promovida pelo Instituto Foco Social com o apoio de diversas instituições em Curitiba. Serão realizadas palestras em escolas, entrega de panfletos na Boca Maldita e ainda será feita a mobilização em torno da Lei Estadual 14.588, de 2004, que estabeleceu a realização gratuita do teste da orelhinha nos hospitais do Paraná.

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Implante precoce é o ideal

O ouvido biônico acompanha a criança com surdez congênita até o fim da vida. O aparelho que processa os sons externos funciona a bateria e exige manutenção constante.

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Cirurgia ainda não é gratuita no Paraná

O Brasil tem hoje 11 centros de referência para a realização de cirurgia de implante coclear. Somente no ano passado, conforme o Ministério da Saúde, foram realizadas 417 cirurgias na rede pública.

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  • Veja como funciona o implante coclear

Ponta Grossa - O som do giz riscando a lousa, os ensinamentos dos professores, os risos dos colegas, o sinal avisando a chegada do recreio. Tudo isso faz parte do ambiente escolar, que antes era transmitido aos alunos surdos através da linguagem de sinais, mas agora pode ser conhecido por meio dos sons com o implante coclear ou ouvido biônico, como é mais conhecido. Crianças que receberam o implante tentam se adaptar ao mundo dos sons e da fala na fase inicial da alfabetização.

O ouvido biônico é uma prótese que possibilita a audição a adultos que perderam totalmente a capacidade de ouvir ou que nasceram surdos. Dois aparelhos (um interno introduzido na cabeça por meio de cirurgia e um externo que é colocado sobre a orelha) fazem as vezes da cóclea, transformando os sinais sonoros do mundo externo em sinais elétricos perceptíveis pelo cérebro.

Quando começa a interagir com o mundo, principalmente na fase de alfabetização, a criança surda tem mais dificuldades de aprendizado. "A principal fonte de conhecimento é a audição, porque a professora fala e a criança escuta", afirma a fonoaudióloga e reabilitadora de usuários de implante coclear Denise Ienk. Quando ainda não se sabe que a criança é surda, ela começa a ter perdas no aprendizado e a não se desenvolver como os outros colegas de classe, como lembra a fonoaudióloga Roberta Daroit. Se a surdez é severa e os demais aparelhos não são suficientes, a solução é o implante coclear, que é colocado na criança após uma série de consultas e de opiniões de uma equipe multidisciplinar.

Na escola Fátima Bosa, em Carambeí, nos Campos Gerais, há dois alunos com ouvido biônico na turma da primeira série. Wendy Terezinha Krawczyk de Matos e Felipe Medeiros de Lara, ambos com 6 anos de idade, recebem o apoio da professora assistente Edina Maria do Amaral para acompanhar o conteúdo repassado pela professora Daniele Wallis Garbosa. Edina reforça os estímulos visuais enquanto Daniele incentiva o conhecimento dos conceitos, como dentro e fora, longe e perto, pequeno e grande. "Tudo é passado em uma agenda, que é acompanhada pelos pais, pela direção da escola e pela fonoaudióloga, porque o desenvolvimento deles depende desses três envolvidos", comenta Daniele.

O implante passou a ser reconhecido pelo Ministério da Saúde em 1999 e pode ser considerado recente. A estimativa é de que existam 2 mil pessoas com ouvido biônico no país. As professoras Edina e Daniele reconhecem que, como o tema é bastante novo, ainda falta muita literatura a respeito. Elas não receberam treinamento sobre implante coclear e tudo o que sabem foi fruto de pesquisas em revistas, jornais e internet.

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