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Beatriz Sayuri Yoshida (ao meio, amparada por Lula), de Arapongas, é uma das vencedoras das olimpíadas | José Cruz/ABr
Beatriz Sayuri Yoshida (ao meio, amparada por Lula), de Arapongas, é uma das vencedoras das olimpíadas| Foto: José Cruz/ABr

Disputa

Conheça algumas competições escolares que são realizadas no Brasil:

Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro

É realizada a cada dois anos pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social. Este ano participaram alunos e professores e alunos do 5º ano (4ª série) do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. Além de premiar alunos, escolas e professores, o evento ainda promove treinamento para os professores classificados.

Mais informações: ww2.itau.com.br/itausocial/olimpiadas2010/web/site/

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

Ocorre há seis anos com a promoção do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Ministério da Educação (MEC), realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Dirigida aos alunos de 5ª à 8ª série (6º ao 9º ano) do ensino fundamental e aos alunos do ensino médio das escolas públicas. Mais informações: www.obmep.org.br

Olimpíada Brasileira de Física

É promovida pela Sociedade Brasileira de Física e destinada a todos os estudantes do ensino médio e do último ano do ensino fundamental. É realizada há 12 anos para os alunos do ensino médio e há 4 anos para os estudantes da 8ª série ou 9º ano do ensino fundamental. Os vencedores deste ano serão conhecidos em 17 de dezembro. Mais informações: www.sbf1.sbfisica.org.br

Olimpíada Brasileira de Química

Suspensa por sete anos, a competição ressurgiu em 1996 por iniciativa da Universidade Federal do Ceará e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Participam estudantes do ensino médio e tecnológico. Mais informações: www.obq.ufc.br

Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente

Existe há oito anos para estimular os estudantes a refletirem sobre temas de saúde e de promoção ambiental. Podem participar alunos e escolas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e também do ensino médio. É promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Mais informações: www.fiocruz.br/olimpiada/

As competições de conhecimento têm mobilizado cada vez mais as comunidades escolares. Focadas em uma disciplina específica, estes concursos geralmente são chamados de olimpíadas, em alusãos aos jogos esportivos originados na Grécia. "Acabou virando um desafio para os alunos. Muitos querem que a escola abra no sábado e domingo para ter aulas", disse ontem em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de premiação da Olimpíadas de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Nas últimas duas semanas, milhares de crianças e jovens de todo o país estiveram com os olhos voltados para as etapas finais de duas das maiores competições.

A Olimpíada de Língua Por­­tuguesa Escrevendo o Futuro revelou ontem os 20 vencedores nacionais da edição 2010, que contou com a participação de 7 milhões de estudantes de escolas públicas de 99% dos municípios do país. Dos 152 finalistas em quatro categorias, 8 estudantes eram do Paraná. A estudante da 4ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Papa João Paulo II, do município de Arapongas, Beatriz Sayuri Yoshida, 10 anos, foi uma das cinco vencedoras da categoria poema.

Já o resultado da Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep), com 3,2 mil estudantes vencedores, foi divulgado na quinta-feira passada. Selecionados entre 19,6 milhões de alunos inscritos em todo o país, 500 receberam medalha de ouro, 900 de prata e 1,8 mil de bronze. Concorrendo pela segunda vez, o estudante Frederico de Mattos, 17 anos, que cursa Contabilidade integrada ao ensino médio no Instituto Federal Tecnológico do Paraná (IFPR), está entre os que receberam medalha de prata neste ano. "Me esforcei mais este ano. O que aprendi está me ajudando até nos vestibulares que estou tentando neste ano", conta.

Competir ou não, eis a questão

Alguns educadores questionam se os concursos de conhecimento auxiliam no aprendizado ou acirram ainda mais as características competitivas da sociedade. "Essas olimpíadas não levam em conta a pedagogia de cooperação. Estão marcadas por uma relação que não é de ajuda, mas de exclusão. A competição é ruim para os dois lados, para perdedores e ganhadores", ressalta o professor do curso de pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Odilon Carlos Nunes, especialista em Ava­­liação Escolar e Medidas Educa­cionais. "Os ganhadores podem ter uma falsa percepção de que são melhores que os outros", diz.

Já a doutora em educação e professora do mestrado em Edu­­cação da Pontifícia Uni­­versidade Cató­­li­­ca do Paraná (PUCPR) Evelise Por­­tilho vê as competições como um incentivo. "É como se fosse um es­­por­te mental onde estimular é sair de uma zona de conforto para se chegar em seu potencial", opina.

Isabel Cristina Santana, gerente da Fundação Itaú Social, parceira do MEC na realização do evento, esclarece que a Olimpíada da Lín­­gua Portuguesa não promove somente a competição, mas a formação de professores. "Conti­­nua­­mos no ano que vem promovendo oficinas com todos os professores que se inscreveram.".

Aluna paranaense é vencedora no concurso

Com a voz doce e os olhos deslumbrados, a pequena Beatriz Sayuri Yoshida, 10 anos, nem imaginava que um poema que começou a ser escrito dentro da sala de aula seria um dos cinco premiados do país na Olimpíadas de Língua Portuguesa Escre­­vendo o Futuro. Filha uma secretária e de um operador de máquinas e moradora da pequena cidade de Arapongas, localizada no norte do estado, a menina é considerada como uma aluna exemplar pela sua professora Roseli Moreno Fávero, 43 anos.

Como participou de etapas regionais, com oficinas, que proporcionam a possibilidade de mudança do texto original, Beatriz diz que quase nada mudou. "O legal foi na sala de aula, pois meus colegas deram algumas ideias que eu adotei e coloquei no poema", conta.

Emocionada, Beatriz lembra que a participação na competição deu a oportunidade de viajar pela primeira vez de avião e ficar longe dos pais. Na etapa regional que ocorreu em Fortaleza contou apenas com a companhia de sua professora. "No começo deu um frio na barriga e senti saudades, mas depois fui me acostumando", diz a menina, já com ares de viajante experiente e que sonha com um futuro de muitos estudos. "Quero ser advogada", declara.

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Cidade dos passarinhos: um nome original

"A cidade onde moroSem demora vou falarÉ um lindo ambienteTranquilo de se morar.

Terra roxa, assim é chamadaPor muitas pessoasArapongas terra adorada.

‘Cidade dos passarinhos’Assim é reconhecida.Cidade de boa genteCom qualidade de vida.

As ruas recebem os nomesCom tamanha intençãoSó nomes de passarinhosque geram até confusão!

Bem-te-vi e RouxinolTico-tico e Beija-florRolinhas e Pintagol!Pelicano e Condor.

Às vezes é complicadoMas é muito engraçado!

Vejam só os Pica-paus!Pica-pau, Pica-pau-amareloPica-pau-do-campo,Pica-pauzinho-manchadoPica-pau-verde, Pica-pau-loiroPica-pau-real, Pica-pauzinho-dourado.

Sabiá-pardo, Sabiá-branco,Sabiá-castanho, Sanhaço-azul,Sabiá-vermelho, Sanhaço-verde.Só não tem rua Urubu.

E assim, cada ruaTem nome especialNo Brasil é uma das cidadesBem original.

Já estou preocupadaQuando me casar!Com tantas espécies na faunaHá de se encontrarUm nome de passarinhoPara a rua do meu futuro lar?" Beatriz Sayuri Yoshida

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A repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social.

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