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Francesca, Costanza e Pietra (centro) são íntimas dos labirintos e a hora de encerrar a brincadeira vem acompanhada de manha | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Francesca, Costanza e Pietra (centro) são íntimas dos labirintos e a hora de encerrar a brincadeira vem acompanhada de manha| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Versátil

A confiança que se tem ao percorrer um labirinto em que o único percurso leva ao centro permite relaxar e incluir diversas brincadeiras. Segundo o pedagogo Luca Rischbieter, ao labirinto podem ser acrescentados tijolinhos de almofada, caixas e brinquedos. A ideia não é ter obstáculos, mas construções colaborativas. "É tão poderoso o potencial que continuamos encontrando atividades para fazer com ele. O caminho impõe estrutura e, ao orientar-se, a criança acaba levando experiência para orientar a vida", diz. Com um grupo de crianças, é possível criar um "muro" com algumas em pé enquanto outras percorrem vendadas. O caminho também pode ser seguido de acordo com o ritmo da música.

Saiba mais

Descubra curiosidades sobre o mundo dos labirintos e inspire-se para brincar com seus filhos:

• Confira a programação da Casa Labirinto no site www.labirintosludicos.com.br ou pelo telefone (41) 3044-4370.

• Conheça mais sobre a história dos labirintos e veja dicas para construir o próprio modelo no site (em inglês) www.veriditas.org. O site é de uma organização fundada por Lauren Artress, pesquisadora do tema.

• Saiba onde estão os labirintos pelo mundo e ajude a construir o banco de dados pelo site (em inglês) www.labyrinthlocator.com. O endereço mostra 11 exemplos brasileiros.

• Confira a teoria e os modelos já encontrados de labirintos no livro Throuh the Labyrinths, do alemão Hermann Kern, que considerava o labirinto como ferramenta para transformação espiritual, psicológica e pessoal.

Nada de personagens famosos, marca da moda ou conexão com a internet. O brinquedo que conquistou a preferência das irmãs Francesca, Constanza e Pietra, 11, 8 e 7 anos, respectivamente, foi feito por elas mesmas. O labirinto tátil, como é chamado, é moldado na argila, com pequenos caminhos para serem percorridos com a ponta dos dedos. Outros labirintos também estão desenhados e pintados em diversos papéis espalhados pela casa do diretor de produção cinematográfica Jefe Miranda, pai das meninas. "Faz uns dois anos que tiveram contato com labirintos pela primeira vez e adoraram de imediato. Neste ano, quero providenciar para elas um labirinto maior", conta.

INFOGRÁFICO: Veja as instruções para seguir a ideia da Casa Labirinto

Longe de casa, elas se divertem caminhando sobre os modelos impressos em lonas e nos formados por pedrinhas no espaço cultural Casa Labirinto, em Curitiba, que conta com uma programação de atividades de lazer e aulas diversas. Segundo o sócio-fundador do local, o pedagogo e mestre em Educação Luca Rischbieter, os labirintos exercem grande fascínio, especialmente nas crianças. "Como o labirinto é um arquétipo, cuja origem se perde na profundidade da história, cada um se apropria dele de um jeito diferente. O legal é que este não é um símbolo para ser contemplado, mas para ser ativamente percorrido", afirma.

Na Casa, que de forma pioneira tem usado o recurso com crianças a partir de bases pedagógicas e lúdicas, os labirintos não são para se perder, eles têm um único caminho a ser percorrido. Por essa característica, o instrumento ajuda as crianças na construção da autoconfiança, traz sensação de acolhimento e possibilita vivências lúdicas, de acordo com a pedagoga Fabiana Machado, que mantém o blog Labirintos Lúdicos (www.labirintoludico.blogspot.com.br) e já trabalhou com a ferramenta em diversas escolas.

Por mais que exista registro da existência de labirintos há cerca de 2 mil anos antes de Cristo, foi nos últimos séculos que a atenção voltou a ser dada ao uso desse símbolo. Pelo seu caráter lúdico e até terapêutico, em vários pontos do mundo estão surgindo labirintos em hospitais, centros terapêuticos, universidades e até penitenciárias.

Enquanto as crianças brincam e aprendem a controlar seus impulsos ao percorrer o caminho, adultos buscam a meditação e o relaxamento. Essa filosofia tem conquistado pais e filhos. "É um instrumento fantástico e resumo com o próprio lema dos labirintos: em seu caminho rumo ao centro, você jamais se perderá. É isso que quero para os meus filhos", diz Miranda.

Origem

A ideia mais comum associada ao labirinto é a de um espaço confuso, com diversas possibilidades e caminhos que não levam a lugar algum. Chamado em inglês de maze, não há tradução específica em português, mas há quem o chame de dédalo. Esse tipo de labirinto, que desorienta as pessoas, surgiu no século 15. Ao contrário disso, os labirintos originais, em inglês chamados de labyrinths, surgiram há cerca de 4 mil anos e têm um único caminho que leva ao centro. Esse caminho é percorrido novamente em direção à saída. Grandes catedrais góticas francesas contavam com o traçado do labirinto, mas boa parte foi destruída nos últimos séculos. O mais famoso e atualmente bem preservado labirinto foi construído no século 13 e fica no piso da catedral de Chartres, na França.

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