
Dia 8 de dezembro, o curitibano Alexandre Amorim vai a São Paulo disputar com outros nove concorrentes o Prêmio Jovens Inspiradores 2014, promovido pela revista Veja. Aos 25 anos, o fundador da Asid (Ação Social para Igualdade das Diferenças) trabalha desde 2009 para manter a ONG que presta assessoria a 47 instituições voltadas a Pessoas Com Deficiência (PCD) no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
A motivação veio de casa. Desde pequeno, Alexandre acompanhou a peregrinação de sua irmã mais nova em escolas especiais que passavam por sucessivas dificuldades de infraestrutura e eventualmente fechavam as portas.
Na faculdade de Administração veio o clique. "As instituições especiais precisam desse conhecimento tanto quanto as empresas, mas não têm conhecimento administrativo, de gestão comercial", pensou quando cursava a disciplina de empreendedorismo.
Os amigos economistas Luiz Hamilton e Diego Tutumi embarcaram na onda. Ainda estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os três fundaram a ONG e durante 16 meses não receberam um tostão do trabalho social -- pelo contrário, tiveram dívidas como os custos de cartório. Hoje contam com dois funcionários e cinco estagiários, todos remunerados.
O laboratório foi a Escola Alternativa, que atende alunos com autismo e outros distúrbios, do ensino infantil ao de jovens e adultos. Diretora da instituição, a pedagoga Juliana Paula Mendes abraçou a ideia e chamou a Asid neste ano para aplicar novamente seu Índice de Desenvolvimento da Educação Especial (IDEE) e formular um projeto de renúncia fiscal, para a compra de uma nova sede.
A ONG atua em três frentes: assessoria administrativa, formação de redes entre escolas e empresas e voluntariado. Os eixos funcionam como um ciclo virtuoso. A consultoria administrativa pode apontar necessidade de uma reforma, feita com mão de obra voluntária, por exemplo. Por sua vez, o time de filantropos pode ser selecionado dentre as empresas doadoras. Só em 2014, mil voluntários deram vida às ações, realizadas em quase todos os sábados do ano. Para as escolas, o custo é zero.
"Qualquer salário que me oferecessem hoje [em outra empresa] eu não ia topar, porque a satisfação de você ter uma instituição que abre dez vagas porque a gente construiu uma sala de aula nos fundos faz toda a diferença", diz Amorim sobre a paixão pelo seu trabalho. A remuneração, diz ele, não é só financeira "e, por isso mesmo, não tem preço."



