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Alexandre Amorim recebe o carinho dos alunos da Escola Alternativa, que serviu de laboratório para Asid | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Alexandre Amorim recebe o carinho dos alunos da Escola Alternativa, que serviu de laboratório para Asid| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O prêmio

Um reconhecimento aos jovens inovadores

Promovido pelo portal Veja.com, da editora Abril, o Prêmio Jovens Inspiradores premia estudantes ou recém-formados na faixa de 18 a 34 anos com espírito de liderança. A ideia é premiar iniciativas que sejam mais do que uma start-up inovadora, mas também trabalhem para transformar a comunidade.

Ao lado de sete rapazes e duas garotas do Brasil inteiro, Alexandre Amorim é o único paranaense entre os 10 finalistas. Os quatro vencedores vão receber bolsa de estudos de até R$ 30 mil e um programa de mentoria com duração de um ano.

Os oito concorrentes maiores de 25 ainda competem por um prêmio extra, de R$ 100 mil. Uma das vencedoras do prêmio no ano passado foi a empreendedora social Lorrana Scarpioni, fundadora da start-up Bliive, nascida em Curitiba.

A empresa é a primeira rede social de troca de tempo do mundo, em que os usuários podem trocar atividades, criando uma economia criativa, trocando, por exemplo, uma aula de inglês por um passeio com o cachorro.

Dia 8 de dezembro, o curitibano Alexandre Amorim vai a São Paulo disputar com outros nove concorrentes o Prêmio Jovens Inspiradores 2014, promovido pela revista Veja. Aos 25 anos, o fundador da Asid (Ação Social para Igualdade das Diferenças) trabalha desde 2009 para manter a ONG que presta assessoria a 47 instituições voltadas a Pessoas Com Deficiência (PCD) no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

A motivação veio de casa. Desde pequeno, Alexandre acompanhou a peregrinação de sua irmã mais nova em escolas especiais que passavam por sucessivas dificuldades de infraestrutura e eventualmente fechavam as portas.

Na faculdade de Administração veio o clique. "As instituições especiais precisam desse conhecimento tanto quanto as empresas, mas não têm conhecimento administrativo, de gestão comercial", pensou quando cursava a disciplina de empreendedorismo.

Os amigos economistas Luiz Hamilton e Diego Tutumi embarcaram na onda. Ainda estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os três fundaram a ONG e durante 16 meses não receberam um tostão do trabalho social -- pelo contrário, tiveram dívidas como os custos de cartório. Hoje contam com dois funcionários e cinco estagiários, todos remunerados.

O laboratório foi a Escola Alternativa, que atende alunos com autismo e outros distúrbios, do ensino infantil ao de jovens e adultos. Diretora da instituição, a pedagoga Juliana Paula Mendes abraçou a ideia e chamou a Asid neste ano para aplicar novamente seu Índice de Desenvolvimento da Educação Especial (IDEE) e formular um projeto de renúncia fiscal, para a compra de uma nova sede.

A ONG atua em três frentes: assessoria administrativa, formação de redes entre escolas e empresas e voluntariado. Os eixos funcionam como um ciclo virtuoso. A consultoria administrativa pode apontar necessidade de uma reforma, feita com mão de obra voluntária, por exemplo. Por sua vez, o time de filantropos pode ser selecionado dentre as empresas doadoras. Só em 2014, mil voluntários deram vida às ações, realizadas em quase todos os sábados do ano. Para as escolas, o custo é zero.

"Qualquer salário que me oferecessem hoje [em outra empresa] eu não ia topar, porque a satisfação de você ter uma instituição que abre dez vagas porque a gente construiu uma sala de aula nos fundos faz toda a diferença", diz Amorim sobre a paixão pelo seu trabalho. A remuneração, diz ele, não é só financeira "e, por isso mesmo, não tem preço."

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